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Entenda por que ficamos em relacionamentos ruins

De acordo com novo estudo, muitas pessoas permanecem em uma relação desgastante pelo bem do parceiro

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 16h13 - Publicado em 3 dez 2018, 17h48

Você já deve ter se perguntado porque a sua amiga ou seu conhecido se mantém em um relacionamento que claramente não traz felicidade. A explicação pode surpreender: é tudo uma questão de empatia. De acordo com dois estudos publicados no periódico científico Journal of Personality and Social Psychology, as pessoas geralmente preferem não terminar se acreditarem que o parceiro (ou parceira) é muito dependente da relação.

“Os indivíduos permanecem em relacionamentos pelo bem de seus parceiros, mesmo que se sintam desprezados por eles”, explicou Emily Impett, da Universidade de Toronto. Segundo ela, a ideia de que o término vai causar enorme angústia no parceiro é um forte motivador para que algumas pessoas escolham não romper o compromisso.  

Apesar disso, alguns especialistas acreditam que a principal razão para evitar o rompimento é o medo da solidão. A psicóloga Madeleine Mason Roantree, por exemplo, ressaltou também que muitos não querem admitir que existem problemas que não podem ser solucionados ou indivíduos que preferem ignorar que o parceiro é a real fonte de infelicidade. “Outra razão poder ser o fato de alguns acreditarem que serão considerados socialmente fracassados se puserem fim ao relacionamento”, disse ao The Independent.

O poder da empatia

O estudo – realizado pela Universidade de Toronto, no Canadá, e pela Universidade de Utah, nos Estados Unidos – foi dividido em duas partes: na primeira, os pesquisadores acompanharam 1.348 pessoas em relacionamentos românticos durante 10 semanas. Na segunda, que durou dois meses, foram selecionados 500 participantes (do primeiro grupo) que estavam considerando terminar a relação.

Os resultados mostraram que 18% dos casais se separaram ao fim das 10 semanas de observação (primeira pesquisa), enquanto no segundo estudo, apenas 29% dos participantes realmente desistiram do relacionamento.

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Para os pesquisadores, a maioria dos casais foi motivado a permanecer em uma convivência infeliz porque um deles levou em consideração não apenas as próprias necessidades e desejos, mas também o quanto o parceiro (ou parceira) queria ou precisava que o relacionamento continuasse. “Quando os participantes percebiam que o parceiro estava altamente comprometido com o relacionamento, era menos provável que houvesse rompimento”, disse Samantha Joel, principal autora do estudo.

De acordo com Samantha, o resultado foi similar mesmo quando a decisão de não terminar o relacionamento partiu da pessoa mais insatisfeita com o relacionamento. O mesmo foi registrado para indivíduos que não estavam tão comprometidos com a relação quanto o parceiro. Os dados indicam que essa escolha foi feita com base na esperança de que o relacionamento fosse melhorar com o tempo.

Percepção x realidade

A percepção dos participantes acerca de quanto o parceiro estava realmente comprometido com a relação foi um dos principais motivadores da decisão de permanecer juntos. No entanto, eles destacam que isso pode significar que a possibilidade de que algumas pessoas superestimaram a realidade e valorizaram demais a vontade do parceiro de manter a relação. “Decidir ficar [junto] baseado na dependência percebida de um parceiro pode ser uma faca de dois gumes. Se o relacionamento melhorar, foi uma boa decisão. Mas se isso não acontecer, eles apenas prolongaram um relacionamento ruim”, alertou Samantha.

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Outros motivos

Pesquisas anteriores indicam que existem motivos “egoístas” pelos quais as pessoas escolhem ficar juntas, como o tempo que gastaram construindo o relacionamento ou recursos e emoções investidos na convivência. Além disso, outros indivíduos consideram também a falta de alternativas melhores, como ter que ficar sozinho ou não ter parceiros em potencial disponíveis.

Agora, os pesquisadores querem aprofundar o conhecimento sobre as motivações que levam as pessoas a se manterem em um relacionamento ruim sob as perspectivas do outro parceiro para descobrir se de fato o fim do relacionamento seria traumático ou se esta é apenas a percepção do outro. Para Emily, essa nova abordagem pode indicar para o parceiro “frágil” que existe uma insatisfação não percebida; para ela, isso poderia exercer um efeito positivo sobre o relacionamento.

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