Covid: Japão identifica nova variante em pessoas que estiveram no Brasil
Segundo o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas, a variante é parcialmente similar às detectadas no Reino Unido e na África do Sul
O governo do Japão afirmou neste domingo, 10, que identificou uma nova variante do coronavírus em quatro pessoas que estiveram no Brasil. Em nota, o Ministério da Saúde afirma que foi notificado dos casos e que tomou as “devidas medidas de precaução”, como pedir às autoridades japonesas os locais de deslocamento dos viajantes no Brasil para rastreamento de potenciais contatos (leia a íntegra do comunicado ao final da matéria).
Segundo o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas (NIID, da sigla em inglês), a variante é parcialmente similar às identificadas no Reino Unido e na África do Sul. De acordo com o instituto, no entanto, ainda não há evidência de que essa nova variante seja mais transmissível. Estudos estão sendo feitos para investigar se ela pode causar sintomas mais severos ou se é resistente a vacinas.
As identidades das pessoas que foram infectadas pela nova variante não foram reveladas, mas o governo divulgou algumas informações sobre o quadro de saúde delas. Um homem de cerca de 40 anos não demonstrou ter sintomas ao chegar ao país asiático, mas depois apresentou dificuldade para respirar e foi internado. Uma mulher de cerca de 30 anos tem sintomas como dor de cabeça. Um rapaz na faixa etária de 10-19 anos tem febre. Já uma mulher do mesmo grupo etário não apresenta sintomas.
Segundo a nota do Ministério da Saúde, os viajantes passaram uma temporada na Amazônia e desembarcaram em Tóquio no último dia 2.
Na última segunda-feira, 4, o estado de São Paulo confirmou dois casos da variante que foi identificada no Reino Unido. Os pacientes com a linhagem B.1.1.7 do vírus são uma mulher de 25 anos e um homem de 34 anos.
Ainda que estudos realizados em solo britânico apontem que essa mutação do vírus tenha até 74% mais capacidade de transmissão que versões anteriores, ainda não existe qualquer comprovação de que essa cepa seja mais letal ou cause desdobramentos mais severos da Covid-19.
Leia a íntegra da nota do Ministério da Saúde: “Identificação de nova cepa do coronavírus em viajantes provenientes do Brasil
O Ministério da Saúde informa que no último sábado (09/01), foi notificado, por meio do Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (Cievs), sobre a identificação pelo Ministério da Saúde do Japão de uma nova cepa variante do vírus SARS-CoV-2 em quatro viajantes que chegaram a Tóquio vindos do Brasil.
Os passageiros desembarcaram na capital japonesa no último dia 02 de janeiro, após uma temporada no Amazonas, desenvolveram sintomas leves e cumprem quarentena no aeroporto de Tóquio.
Segundo informações fornecidas ao Ministério da Saúde pelas autoridades sanitárias japonesas, a nova variante possui 12 mutações, sendo que uma delas é a mesma encontrada em variantes já identificadas no Reino Unido e na África do Sul, o que implica em maior potencial de transmissão do vírus.
Não há, no entanto, nenhuma evidência científica que aponte impacto na efetividade do diagnóstico laboratorial ou das vacinas em estudo atualmente contra a Covid-19.
O Ministério da Saúde reforça que já tomou as devidas medidas de precaução, tais como comunicação de alerta para toda a rede Cievs do país; solicitação ao Ministério da Saúde do Japão de informação sobre a nacionalidade dos viajantes e locais de deslocamento no Brasil para rastreamento de potenciais contatos; e orientação, por meio de nota técnica, do diagnóstico molecular de variantes do SARS-CoV-2 à rede de saúde. O Instituto Evandro Chagas está preparado para o recebimento de amostras para sequenciamento da variante.
A pasta recomenda, ainda, que as autoridades estaduais, municipais e Distrito Federal continuem a fortalecer as atividades de controle e investigação do coronavírus a fim de rastrear contatos em todos os casos da doença, e a ampliar o sequenciamento de rotina do vírus para identificação, tão cedo quanto possível, de novas variantes em circulação no país. O Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS), segue monitorando o caso.”.