Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99

Covid-19: internações aumentam 20% em hospitais de SP; 25% vêm de fora

Aumento registrado em instituições privadas ainda não impacta nos números totais, mas alerta para a necessidade de melhora nos cuidados com prevenção

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 nov 2020, 11h07 - Publicado em 16 nov 2020, 14h01

Nas últimas semanas, os hospitais particulares da cidade de São Paulo registraram aumento de cerca de 20% no número de internações por Covid-19. Entre os pacientes internados atualmente, cerca de 25% não são residentes da capital paulista, de acordo com levantamento feito por VEJA com seis hospitais da capital.

No Hospital Sírio-Libanês, por exemplo, cerca de 120 pacientes estão internados pela doença, o que configura um incremento de 26% em relação à média dos dois últimos meses, quando os números variavam entre 80 a 110 pacientes.  No HCor, havia 30 pacientes internados por Covid-19 em 31 de outubro. Na sexta-feira, 13, eram 36.

No Hospital Albert Einstein, 68 pacientes estavam internados por Covid-19 na sexta-feira, 13, o que corresponde a um aumento de 23% em relação à média de internados por Covid-19 registrada entre última semana de setembro e o dia 12 de novembro. O número de testes para diagnóstico de Covid-19 realizados no local esta semana também aumentou 17% em comparação com 15 dias atrás.

Em comunicado, o Hospital 9 de Julho e o Hospital Santa Paula informam que houve um “discreto aumento da taxa de ocupação em quarto privativo por pacientes com casos de doenças respiratórias, incluindo a Covid-19.” Por outro lado, “as internações em UTI estão estáveis há três meses”.

Especialistas ouvidos por VEJA afirmam que ainda é cedo para classificar a situação como um novo aumento significativo das curvas. Mas é um alerta. “O aumento é real e está em todos os hospitais particulares de São Paulo. É cedo para falar que é uma nova fase de alta, mas temos que ficar atentos.”, diz a infectologista Mirian Dal Ben, do Hospital Sírio-Libanês.

Continua após a publicidade

Um incremento no número de novos casos já era esperado após o relaxamento das medidas de distanciamento social, em especial nas classes mais altas. Dados da quarta fase do projeto de monitoramento da soroprevalência do SARS-CoV-2 no Município de São Paulo (SoroEpi), mostraram que 26,2% da população adulta da capital já foram infectadas pelo novo coronavírus. A taxa nos distritos mais ricos é significativamente menor do que nos distritos mais pobres: 21,6% e 30,4%, respectivamente.

“Nas classes atendidas pelos hospitais particulares, as pessoas que tiveram Covid-19 é menor do que quem é atendido pelo SUS porque essas pessoas puderam fazer mais isolamento social, com a possibilidade de trabalhar em home office, por exemplo. Agora que elas voltaram a circular, em especial os jovens, elas estão suscetíveis a pegar a doença novamente”, explica Mirian.

Esse aumento ainda não teve impacto nos números globais da doença em São Paulo. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, a taxa de ocupação de leitos de UTI de Covid-19 no hospitais municipais na quinta-feira, 12, era de 35%, uma taxa bem inferior das registradas em abril (56%), maio (92%) e junho (59%). No entanto, houve um aumento de 9% no número de pacientes internados por Covid-19 nos hospitais municipais e de 4,7% nos pacientes internados em UTI.

Continua após a publicidade

Na quinta-feira, 12, o governador de São Paulo afirmou que as internações causadas por Covid-19 não estão crescendo no estado. “Números de São Paulo não estão piorando. Os aumentos de internação não se confirmam nos indicadores que acompanhamos. Variações de um dia para o outro acontecem. Mas em períodos maiores, como na média móvel, não se confirma o aumento. É definitivo? Não é. Então continuaremos acompanhando”, disse João Gabbardo, secretário-executivo do comitê de contingência do novo coronavírus, em entrevista coletiva realizada no Palácio dos Bandeirantes.

Embora ainda não haja um aumento generalizado dos casos da doença, a infectologista relembra que os primeiros casos de infecção pelo novo coronavírus no Brasil começaram pelos hospitais particulares. Portanto, é preciso estar atento. “É preciso ter cautela e acompanhar a evolução dos dados”, afirma a infectologista Mirian.

A mensagem é clara: a pandemia está controlada, mas não acabou. Para evitar que o cenário observado na Europa e nos Estados Unidos se repita por aqui, é fundamental não relaxar e manter todas as medidas de prevenção, em especial, uso de máscaras, manter distância mínima de 2 metros de outras pessoas, não participar de aglomerações e higienização constante das mãos. Ao menos, até a chegada da vacina.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.