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‘Coração partido’ pode matar?

A cardiomiopatia do estresse, conhecida como 'síndrome do coração partido', é a dor da perda e pode ter efeito direto sobre a saúde do coração

Por Da Redação
Atualizado em 9 mar 2017, 13h22 - Publicado em 8 mar 2017, 17h37

É possível morrer de “coração partido“? De acordo com estudos, sim. É possível. Segundo uma pesquisa publicada no JAMA Internal Medicine, apesar de raros, existem alguns casos. Por exemplo, o número de idosos que sofreram ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral (AVC) no mês seguinte ao da morte de um ente querido foi o dobro do de idosos que não estavam de luto. Dos parceiros sobreviventes, cinquenta pessoas entre 30.447 (0,16%) tiveram problemas de saúde, em comparação aos 67 entre 83.588 (0,08%) do outro grupo. As informações são da rede britânica BBC.

Existem evidências, também, de que a morte após a hospitalização de alguém eleva o risco de morte de seu parceiro, de acordo com um estudo publicado no New England Journal of Medicine, em 2006. Outra pesquisa, publicada em 2011, sugere que, depois da morte de um companheiro, o risco de o sobrevivente morrer durante os próximos seis meses aumenta.

Lado a lado

Em abril de 2014, Helen Felumlee morreu em Ohio, nos Estados Unidos, e quinze horas depois seu marido, Kenneth, também se foi. O dois estavam na casa dos 90 anos. “Nós sabíamos que quando um fosse, o outro também iria”, disse a filha do casal a um jornal local. Segundo a família, eles dividiam a cama havia setenta anos, e quando precisaram dormir em beliches durante uma viagem, preferiram dividir a cama de baixo.

Pouco tempo depois, foi a vez de Margaret e Edmund Williams, no País de Gales. O marido havia escrito um poema para o velório de sua esposa. Eles estavam casados havia sessenta anos e, aos 80, ainda caminhavam de mãos dadas. Uma semana após a morte de Margaret, Edmund morreu. O funeral dela virou de ambos e os caixões ficaram lado a lado.

Dor da perda

O casamento, para aqueles casais que se apoiam um no outro, age como um bloqueador de stress. O costume de incentivar e monitorar mutuamente comportamentos saudáveis entre si, por exemplo, pode ser um dos motivos.

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A cardiomiopatia do stress, popularmente conhecida como ‘síndrome do coração partido‘, é uma condição temporária em que o miocárdio, o músculo do coração, enfraquece ou entra em choque. Perder o parceiro pode ser uma das causas. “Muitas vezes usamos o termo ‘coração partido’ para falar sobre a dor de perder alguém que amamos, e nosso estudo mostra que o luto pode ter um efeito direto sobre a saúde do coração”, disse Sunil Shah, da Universidade de Londres, à BBC. 

No entanto, para os familiares, a “síndrome” pode ter efeitos contrastantes. Há, naturalmente, a tristeza ao perder, praticamente de uma vez, duas pessoas amadas. Por outro lado, há o alívio de saber que um casal profundamente apaixonado ainda está junto.  

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