Consumir cafeína durante gravidez e amamentação não prejudica o sono do bebê, aponta estudo
Pesquisadores indicam, no entanto, que a ingestão deve ser moderada
Um estudo conduzido na Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, concluiu que o consumo de cafeína por gestantes ou mulheres que estão amamentando não interfere no sono dos bebês. Porém, de acordo com os pesquisadores, o consumo deve moderado – em quantidade equivalente a pouco mais de uma xícara de café ao dia. O trabalho foi publicado na edição deste mês da revista Pediatrics.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Maternal Caffeine Consumption and Infant Nighttime Waking: Prospective Cohort Study
Onde foi divulgada: revista Pediatrics
Quem fez: Iná S. Santos, Alicia Matijasevich e Marlos R. Domingues
Instituição: Universidade Federal de Pelotas, Rio Grande do Sul
Dados de amostragem: 855 mulheres que haviam dado à luz há três meses
Resultado: O consumo de cafeína por grávidas ou mulheres que estão amamentando não tem relação significativa com aumento de problemas de sono do bebê. O consumo, no entanto, deve ser moderado e é seguro apenas para uma gravidez normal.
Estudos menores feitos anteriormente tiveram resultados conflitantes, e alguns sugeriram uma relação entre a cafeína e o aumento do risco de partos prematuros ou abortos. No entanto, segundo os pesquisadores, trabalhos mais extensos não indicaram essa associação e mostraram que cerca de 200 miligramas de cafeína ao dia – aproximadamente de 300 gramas de café, ou pouco mais de uma xícara da bebida – é uma quantidade segura de ser ingerida por grávidas.
Durante esta nova pesquisa, a equipe entrevistou 855 mulheres que haviam acabado de dar à luz e que responderam a perguntas sobre ingestão de cafeína e hábitos de sono de seus bebês de até três meses de vida. Exceto uma participante, todas as demais disseram ter bebido cafeína durante a gravidez, sendo que 20% delas consumiam em grande quantidade (ao menos 300 miligramas ao dia). Pouco mais de 14% dessas mulheres relataram problemas de sono em seus bebês (acordavam ao menos três vezes durante a noite).
Os pesquisadores, no entanto, não encontraram relação significativa entre maior consumo de cafeína e relatos de problemas de sono dos bebês. Para eles, esses resultados acrescentam informações a outros estudos que afirmam que a cafeína, em consumo moderado, é segura durante a gravidez. Eles lembram, no entanto, que isso vale para gestações normais e saudáveis, já que bebês prematuros, por exemplo, podem ser mais sensíveis aos efeitos da cafeína consumida por mulheres que estão amamentando.