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Comissão científica global é criticada por ignorar obesidade em lista de prioridades à saúde

Federação Mundial de Obesidade, que será presidida por médico brasileiro, questiona decisão do The Lancet de não colocar a obesidade entre causas urgentes

Por Diogo Sponchiato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 jul 2025, 14h34 - Publicado em 8 jul 2025, 13h00

Um dos periódicos médicos de maior impacto internacional, o The Lancet tem uma comissão que estuda e delibera questões de saúde pública prioritárias para mitigar a mortalidade precoce pelo mundo, sobretudo entre países de baixa ou média renda (caso do Brasil). Trata-se do projeto Global Health 2050, que tem o objetivo de reduzir os índices de óbitos prematuros pela metade em 25 anos.

O grupo de especialistas coloca na lista de prioridades em termos de saúde pública uma série de condições e situações que diminuem os anos de vida pela frente da população mundial. Ela inclui diversas doenças infecciosas (malária, HIV, tuberculose…), complicações neonatais, problemas cardiovasculares, diabetes, suícidio, acidentes de trânsito…

Mas uma ausência se fez notar: a obesidade. Foi por isso que a Federação Mundial de Obesidade (WOF, na sigla em inglês), principal entidade voltada à causa, decidiu escrever uma carta aberta à comissão do The Lancet, questionando seu posicionamento. Abaixo, o presidente eleito da WOF, o endocrinologista brasileiro Bruno Halpern, explica por que o parecer precisa ser revisto – urgentemente.

Bruno-halpern
O médico e pesquisador Bruno Halpern (Foto: acervo/Reprodução)

Os argumentos da WOF

“O The Lancet criou uma comissão com o objetivo de avaliar quais as estratégias para reduzir mortes prematuras em todo o mundo, com um foco específico em países de menor renda em que os sistemas de saúde são menos preparados. A meta é reduzir pela metade as mortes precoces, e, para tanto, o grupo de especialistas contemplou e analisou 15 situações. Para nossa surpresa, mesmo com mais de 1 bilhão de pessoas com obesidade no mundo, ela foi excluída da lista.

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A obesidade está relacionada a mais de 200 outras doenças. Estudos a colocam como um dos cinco fatores responsáveis por 60% das mortes e doenças cardiovasculares em todo o planeta – ao lado de diabetes, colesterol alto, hipertensão e tabagismo. Tirando o cigarro, diabetes, pressão e colesterol elevados também estão relacionados à obesidade. Ou seja, o ganho de peso está na base de muitos desses problemas. 

Ainda assim, entre os 15 itens prioritários destacadas pela comissão, o grupo do Lancet não colocou a obesidade. Então, nós da Federação Mundial de Obesidade (WOF), tomamos uma postura bastante crítica ao documento. Consideramos que há um estigma contra a obesidade mesmo entre experts em saúde pública.

A única menção ao tema aparece quando se discute a possibilidade de mudar a taxação de alimentos para viabilizar uma dieta mais saudável – mais impostos para ultraprocessados e menos para alimentos naturais, por exemplo. Uma menção um tanto quanto indireta, não?

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É um típico exemplo de que, por mais que a gente fale da obesidade como doença crônica e problema de saúde pública, ela ainda não é tão levada à sério, mesmo entre pessoas que trabalham com políticas públicas. Fica a sensação, após tantas discussões e reuniões, que prospera a ideia de que a obesidade está em todo lugar e em nenhum lugar. Ora, quando debatemos diabetes, doenças renais, problemas no fígado, o que quiser, a obesidade está lá. 

O objetivo da nossa carta, que tem um peso simbólico, é que possamos colocar a obesidade de fato no centro das discussões, principalmente em um ano como este, em que teremos uma reunião na ONU focada em doenças crônicas não transmissíveis”.

Bruno Halpern é endocrinologista e presidente eleito da Federação Mundial de Obesidade (WOF)

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