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Cirurgia cardíaca de Mick Jagger entra na cobertura dos planos de saúde

O procedimento, chamado Tavi, é minimamente invasivo e possibilita uma rápida recuperação

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 Maio 2021, 19h12 - Publicado em 19 Maio 2021, 11h31

Em 2019, um vídeo do ícone do rock Mick Jagger, gerou espanto nas redes sociais. Durante 22 segundos, o cantor de 75 anos balança o esqueleto enxuto ao som de Techno Fan, da banda inglesa Wombats. Seria apenas uma cena corriqueira, caso o fato não tivesse acontecido apenas um mês após Mick Jagger ter sido submetido a uma cirurgia cardíaca. A rápida recuperação e a excelente forma física chamaram a atenção.

Isso só foi possível graças à técnica minimamente invasiva chamada Tavi. A boa notícia é que o procedimento acaba de ser incluído no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e passará a ser coberto pelos planos de saúde. Até o momento, o método só era feito mediante pagamento particular ou liberado após briga judicial para pacientes com planos de saúde.

O método agride muito pouco o organismo. Semelhante à colocação de um stent, a molinha usada para dilatar os vasos entupidos, ele consiste na instalação de uma válvula artificial por meio de um cateter bem fininho. Não há necessidade de cortes. O dispositivo entra por um microfuro na virilha e segue até o coração. Ao atingir o órgão, a válvula artificial é expandida, esmagando a estrutura estreita e ocupando o seu lugar. Tudo isso leva no máximo duas horas, e em três dias o doente já pode deixar o hospital.

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Para a cardiologista Fernanda Marinho Mangione, diretora de Avaliação de Tecnologia em Saúde da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista(SBHCI), o método contribui para a redução da mortalidade por causas cardíacas e aumenta a segurança no procedimento. A Tavi é indicada principalmente para pacientes com estenose aórtica grave, que apresentam sintomas como cansaço, desmaios ou dor no peito, e apresentam risco elevado para a cirurgia convencional. Sem o devido tratamento, essas pessoas morrem em cerca de um ano. Por isso, desde 2013, a SBHCI luta pela pela incorporação do método.

Para Felipe Barreiro, vice-presidente da Medtronic, uma das líderes em tecnologia para a saúde, esse é um importante passo na oferta de tratamentos avançados no Brasil. “Embarcar tecnologia de qualidade no país para que as operadoras de saúde ofertem tratamentos de alta performance, está cada vez mais desafiador”, afirma Barreiro.

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