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Cigarro eletrônico: regulamentação é questão de saúde pública

Dispositivos eletrônicos podem ser aliados nas estratégias de redução de riscos à saúde desde que regulamentados

Por Abril Branded Content
Atualizado em 29 Maio 2024, 15h01 - Publicado em 26 out 2023, 07h55

APRESENTADO POR BAT BRASIL

Os cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes, são dispositivos que vaporizam uma solução líquida para ser inalada. Eles são projetados para simular a experiência de fumar tabaco convencional, mas sem envolver combustão, diminuindo a quantidade de substâncias potencialmente tóxicas inaladas, desde que sejam regulamentados. No Brasil, o uso foi proibido pela Anvisa em 2009 — o que não impediu a popularização. Dados do Ipec 2022 apontam que já são 2,2 milhões de consumidores regulares e 6 milhões de adultos fumantes já experimentaram o produto no Brasil.

De acordo com Lauro Anhezini Junior, diretor de Assuntos Regulatórios e Científi cos da BAT Brasil, a proibição fazia sentido há 14 anos. “Na época, o produto era novo e não havia informações científi cas sobre os efeitos. Agora, temos ciência desenvolvida, tanto de órgãos de saúde independentes e da OMS quanto da indústria. Hoje sabemos que esses dispositivos não são isentos de risco, mas o risco é menor que o de fumar cigarros convencionais.”

Essa foi a alternativa buscada pelo engenheiro eletricista Miguel Okumura, de 36 anos. “O vape saciava a necessidade de nicotina e ajudava a aliviar o ‘hábito mecânico’ de fumar”, conta. Com dúvidas sobre os impactos, Okumura buscou informações até confiar e substituir os cigarros convencionais pelo eletrônico. “Atualmente, estou livre do hábito de fumar”, diz.

O cigarro eletrônico não é inócuo, mas pode ser até 95% menos prejudicial que o comum, aponta estudo do King’s College London, a maior revisão científica sobre o tema, com mais de 400 estudos — divulgada pelo Ministério da Saúde inglês em 2022. O Canadá, que esteve na vanguarda do controle do tabaco, divulgou evidências de que a vaporização de nicotina pode ajudar os adultos a parar de fumar. A Nova Zelândia, criou um site com informações sobre o produto, como aliado para reduzir ou cessar o consumo de tabaco.

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Cerca de 80 países, entre eles membros do Reino Unido, Suécia e os Estados Unidos, já reconhecem e regulamentaram os cigarros eletrônicos para uma estratégia para reduzir os riscos à saúde de adultos fumantes. “Redução de danos é um conjunto de estratégias de saúde pública que visa minimizar as causas de diferentes substâncias, sem se abster do uso”, explica o farmacêutico Joelmir Silva, professor titular na Faculdade de Medicina de Olinda (PE). É o mesmo conceito usado em refrigerantes, fabricados com ou sem açúcar, para oferecer um produto com menor risco à saúde.

“O cigarro eletrônico pode ser uma alternativa de menor risco para os adultos que não conseguem ou não querem parar de fumar”, afirma Silva. O farmacêutico explica que os danos do cigarro convencional estão relacionados ao risco de doenças evitáveis, principalmente dos derivados da combustão do tabaco, enquanto os dispositivos não têm essa combustão e contêm menos substâncias tóxicas.

No Brasil, a proibição dos cigarros eletrônicos tem sido inefi caz para evitar o acesso de jovens — 22,7% entre 16 e 17 anos já experimentaram esses dispositivos, segundo um levantamento do IBGE em 2019. “Essa situação é agravada pelo consumo de produtos ilegais, algo que não se observa em países que têm uma regulamentação madura”, afi rma Anhezini. No Reino Unido, a taxa de experimentação é de 11,6% entre adolescentes, segundo o Ministério da Saúde inglês.

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“Diante da circunstância no Reino Unido, providências estão sendo adotadas para ajustar a regulamentação e diminuir o acesso a essa faixa etária, mantendo o produto para adultos fumantes como uma política de saúde pública. No Brasil, há um acesso crescente por menores de 18 anos e os adultos estão submetidos a produtos sem controle sanitário, muitas vezes desenvolvendo doenças graves”, acrescenta Anhezini.

A regulamentação dos dispositivos eletrônicos permitirá a criação de regras, como de que forma poderão ser expostos nos pontos de venda ou o li-
mite de nicotina permitido. “A melhor forma de não ter risco é parar o consumo. Mas, se o consumidor não quer ou não consegue, o cigarro eletrônico regulamentado é uma alternativa de menor risco”, diz Anhezini.

Atualmente, o debate sobre a regulamentação chegou ao Senado. Este mês, a senadora Soraya Thronicke apresentou um projeto de lei para uma regulação com regras rígidas de comercialização de cigarros eletrônicos. A Anvisa já manifestou que pretende encaminhar a regulação dos produtos até o final de 2023.

NOTAS: Vaporizadores e produtos de tabaco aquecido são produtos destinados a maiores de 18 anos, assim como o cigarro. Estes produtos não são isentos de riscos. A redução de riscos de vaporizadores e produtos de tabaco aquecido é baseada nas evidências científicas mais recentes disponíveis e desde que haja a substituição completa do consumo de cigarros tradicionais.

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