Recentemente, Donald Trump foi alvo de mais uma polêmica. Um dossiê, cuja veracidade não foi confirmada, afirmou, entre outras coisas, que ele seria adepto da “chuva dourada”, termo popular para o fetiche de urinar no parceiro – a urofilia. Trump negou o conteúdo do documento. Mesmo assim, a notícia, digamos, curiosa, deu o que falar.
Afinal, a ‘chuva dourada’ é uma ameaça para a saúde?
De acordo com o infectologista Artur Timerman, a urina é primordialmente uma substância estéril, ou seja, livre de germes. No entanto, bactérias e vírus podem eventualmente aparecer na urina e, dessa forma, serem transmitidos, em especial se entrarem em contato com algum machucado do parceiro ou se a urina for engolida. A clamídia e o zika são doenças que podem ser passadas dessa forma. A clamídia é uma doença sexualmente transmissível, muitas vezes assintomática, que pode ser secretada e, consequentemente, transmitida pela urina. O vírus zika também pode ser encontrado na urina e possivelmente transmitido até 14 dias após o quadro agudo da infecção. Por outro lado, se em contato com pele íntegra, não há risco.
Outros fetiches sexuais associados a excreção de substâncias pelo parceiro são a chuva marrom (com fezes), vermelha (sangue) e prateada (saliva, sêmen ou líquido expelido no gozo feminino). Destas, a mais arriscada para a transmissão de doenças seria o sangue, que tem uma exposição de risco semelhante à sexual. Já a chuva marrom envolve um risco de contaminação por bactérias comumente presentes nas fezes e que podem ocasionar, principalmente, diarreia.
Comportamento
Embora possa causar estranhamento, a prática não é tão incomum e desconhecida. Tanto que, antes de ser associada a Trump, a ‘chuva dourada’ já havia aparecido em seriados como os americanos Girls e Sex and the City e na minissérie brasileira Verdades Secretas.
Além disso, desde 2013, a urofilia não é mais considerada um desvio sexual. A partir de sua 5ª edição o DSM (manual de diagnóstico de transtornos mentais da Associação Americana de Psiquiatria) deixou de considerar a prática como um problema. Antes, ela estava enquadrado na mesma categoria de distúrbios como pedofilia e exibicionismo.