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Chikungunya: após aval da Anvisa, Ministério da Saúde pede incorporação de vacina

Imunizante recém-liberado já recebeu aprovação das agências americana e europeia; dose única é indicada para pessoas com mais de 18 anos

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 abr 2025, 13h32

O Ministério da Saúde anunciou que vai encaminhar um pedido de incorporação da recém-aprovada vacina contra a chikungunya, desenvolvida pela farmacêutica austríaca Valneva e o Instituto Butantan. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a liberação do imunizante para a população com mais de 18 anos nesta segunda-feira, 14. À noite, o governo comunicou que faria o pedido à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) “para adoção das medidas imediatas necessárias para dar seguimento à avaliação da oferta do novo imunizante na rede pública de saúde”.

A expectativa do ministério é de que, aprovada pela Conitec e com capacidade produtiva, a vacina seja incorporada ao Programa Nacional de Imunizações para oferta gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Toda vez que surge a notícia de uma nova vacina registrada, é uma boa notícia para a saúde pública — ainda mais quando envolve duas instituições fundamentais do SUS: a Anvisa e o Instituto Butantan. Vacinar é sempre defender a vida. Garantir a vacinação é o primeiro passo para salvar vidas em nosso país”, afirmou, em nota, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Produção de anticorpos

A aprovação do registro pela Anvisa considerou testes clínicos que comprovaram que a vacina induz uma produção robusta de anticorpos capazes de neutralizar o vírus da chikungunya em voluntários que receberam uma dose do imunizante.

Os testes ocorreram com 4.000 participantes de 18 a 65 anos nos Estados Unidos e demonstraram que 98,9% produziram anticorpos que se mantiveram em atividade protetora por, ao menos, seis meses.

Indicado para pessoas com mais de 18 anos com risco aumentado de exposição ao vírus, o imunizante não pode ser aplicado em mulheres grávidas ou imunodeficientes e imunossuprimidos. Isso porque é uma vacina atenuada, ou seja, contém o vírus vivo em uma versão enfraquecida, tecnologia empregada em outras vacinas, como a da febre amarela.

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A vacina, a primeira autorizada contra a doença, já está liberada nos Estados Unidos e na Europa, por ter sido aprovada pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, e pela agência europeia European Medicines Agency (EMA), respectivamente.

Segundo a Anvisa, a fabricação da vacina será realizada pela empresa IDT Biologika GmbH, na Alemanha, e, no futuro, haverá produção pelo Butantan.

Em nota, o instituto afirmou que sua versão do imunizante está em análise na agência e que o parecer favorável para a IXCHIQ é um passo importante porque “as duas vacinas têm praticamente a mesma composição”.

Vacina pioneira

De acordo com o Butantan, a vacina contra a chikungunya pode ser considerada um caso inovador no mundo no que diz respeito à aprovação, por ter sido a primeira a receber liberação com base em dados de produção de anticorpos e não nos achados sobre eficácia — a partir da comparação de casos em pessoas vacinadas e não imunizadas.

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“Mas como a circulação do vírus da chikungunya não é tão frequente, as agências reguladoras decidiram pela aprovação a partir do percentual de anticorpos neutralizantes”, explicou o instituto.

Mesmo assim, a Anvisa definiu a assinatura de um Termo de Compromisso pelo Butantan que “prevê a realização de estudos de efetividade e segurança da vacina, e de atividades de farmacovigilância ativa para ampliar o conhecimento sobre o perfil de eficácia e segurança da vacina”.

Saiba mais sobre a chikungunya

A chikungunya é uma doença viral introduzida no Brasil em 2014 que é conhecida por causar inchaço e fortes dores nas articulações, que podem ser incapacitantes. Em episódios graves, pode levar à internação e à morte.

Transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, também tem como vetor o Aedes albopictus e pode desencadear problemas neurológicos, como encefalite, meningoencefalite e síndrome de Guillain-Barré. Os pacientes podem apresentar ainda complicações pulmonares, cardiovasculares, dermatológicas, gastrointestinais e renais.

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Neste ano, até o último dia 14, o Brasil registrou 68,1 mil casos de chikungunya e 56 mortes. No ano passado, foram 265.545 episódios e 243 óbitos.

Veja os sintomas da chikungunya:

  • Febre;
  • Dores intensas nas articulações;
  • Edema nas articulações (geralmente as mesmas afetadas pela dor intensa);
  • Dor nas costas;
  • Dores musculares;
  • Manchas vermelhas pelo corpo;
  • Prurido (coceira) na pele, que pode ser generalizada, ou localizada apenas nas palmas das mãos e plantas dos pés;
  • Dor de cabeça;
  • Dor atrás dos olhos;
  • Conjuntivite não purulenta;
  • Náuseas e vômitos;
  • Dor de garganta;
  • Calafrios;
  • Diarreia e/ou dor abdominal (manifestações do trato gastrointestinal são mais presentes em crianças)
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