Champanhe diminui o risco de parada cardíaca? Veja o que a ciência revelou
Riscos devem ser considerados; opções mais seguras como frutas e bom humor também são benéficas
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Atualizado em 30 abr 2025, 09h20 - Publicado em 29 abr 2025, 18h00
Um estudo científico publicado nesta segunda-feira, 28, foi o primeiro a investigar os principais fatores ambientais e comportamentais associados a um menor risco de parada cardíaca súbita. Entre os resultados, uma surpresa: o consumo de champanhe e de vinho branco (você não leu errado, é mesmo o branco) pareceram ter um efeito protetor para a saúde cardiovascular.
A pesquisa foi publicada no Canadian Journal of Cardiology e joga luz sobre 56 elementos do dia a dia que, se modificados, poderiam proteger o indivíduo contra esse perigoso evento cardiovascular. Além do consumo dos dois tipos específicos de bebidas alcoólicas, evitar obesidade, ingerir frutas regularmente e manter um bom humor também tiveram efeitos protetores.
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores da Universidade Fudan, na China, investigaram dados de mais de 500 mil indivíduos disponíveis no UK Biobank, um banco de informações de saúde do Reino Unido. Os resultados surpreenderam por revelar que até 63% das paradas cardíacas súbitas poderiam ser evitadas ser um terço dos 56 elementos encontrados fossem modificados por cada indivíduo.
A presença de bebidas alcoólicas como elemento cardioprotetor chamou atenção dos especialistas. “A investigação sobre os mecanismos subjacentes permanece pouco clara, mas estas descobertas reforçam a ideia de que os benefícios do consumo moderado de álcool podem ser mais complexos do que se pensava anteriormente”, disse um comentário editorial publicado por Nicholas Grubic, da Universidade de Toronto, e por Dakota Gustafson, da Queen’s University.
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O dado se soma a um extenso e confuso arcabouço de informações sobre os efeitos do álcool na saúde. Existem, de fato, evidências pouco robustas de que o consumo moderado de álcool ou alguns antioxidantes presentes nas bebidas alcoólicas poderiam ter alguma ação positiva sobre o sistema cardiovascular.
Como bem resume um artigo publicado pela Johns Hopkins Medicine, no entanto, “é difícil determinar causa e efeito a partir desses estudos. Talvez as pessoas que bebem vinho tinto tenham rendas mais altas, que tendem a estar associadas a mais educação e maior acesso a alimentos mais saudáveis. Da mesma forma, quem bebe vinho tinto pode estar mais propenso a seguir uma dieta benéfica para o coração.”
O fato é que a maior parte das entidades de saúde que produzem documentos sobre a saúde cardiovascular, entre elas a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a Associação Americana do Coração e a Organização PanAmericana de Saúde recomendam o não consumo de álcool ou a redução em benefício da saúde.
E há um motivo para isso: além dos efeitos inquestionavelmente negativos sobre a saúde hepática e neurológica, um grupo de pesquisadores liderados pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer associou o consumo da bebida ao desenvolvimento de múltiplas formas tumorais, em especial na mama e no sistema digestório – o estudo foi publicado em 2021, na renomada The Lancet Oncology.
Como diminuir o risco de infarto?
Apesar da incerteza sobre os efeitos do álcool, dezenas de outras opções consideravelmente mais seguras sugeridas pelo trabalho seguem disponíveis para quem busca evitar a parada cardíaca súbita. Dentre elas:
- Aumentar o consumo de frutas;
- Buscar hábitos saudáveis e regulares de sono;
- Manter o bom humor;
- Participar de atividades sociais e de lazer;
- Realizar atividades físicas.
Há ainda fatores que devem ser evitados, como tabagismo, obesidade, solidão, sedentarismo e alimentação desequilibrada.
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