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Brasil registra primeiro caso provável de hepatite misteriosa em crianças

Episódio foi notificado no Mato Grosso do Sul e há 72 registros em investigação no país, segundo o Ministério da Saúde

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 jul 2022, 17h18 - Publicado em 31 Maio 2022, 19h19

O Ministério da Saúde informou terça-feira, 31, que o primeiro caso provável da hepatite fulminante de origem desconhecida em crianças do país foi registrado no Mato Grosso do Sul. Segundo a pasta, 72 casos são investigados e 21 registros foram descartados. A doença, que tem sido investigada em países da Europa e nos Estados Unidos, pode ter relação com o subtipo 41 do adenovírus, mas a causa ainda não foi descoberta.

De acordo com o ministério, 16 estados monitoram episódios. São 21 em São Paulo, nove em Minas Gerais, sete em Pernambuco, sete no Rio de Janeiro, cinco no Ceará e cinco no Rio Grande do Sul. As demais notificações foram feitas por Goiás (3), Santa Catarina (3), Paraná (2), Espírito Santo (2), Rio Grande do Norte (2), Pará (2), Maranhão (1), Rondônia (1), Paraíba (1) e Alagoas (1).

Ainda segundo a pasta, os Centros de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) e a Rede Nacional de Vigilância Hospitalar (Renaveh) estão monitorando alterações do perfil epidemiológico e a detecção de casos suspeitos da doença. A orientação da pasta é que qualquer suspeita deve ser notificada imediatamente pelos profissionais de saúde.

Para analisar os casos, a ministério instalou uma Sala de Situação que conta com a participação de especialistas do ministério e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Os primeiros registros da hepatite fulminante em crianças foram feitos em países europeus e se concentravam principalmente no Reino Unido. Segundo balanço divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no último dia 29, a doença matou nove crianças e foram registrados 650 casos prováveis no mundo. De acordo com a entidade, 33 países registraram a doença misteriosa e 38 crianças precisaram de transplante de fígado. Em levantamento do dia 25 de abril, a OMS tinha detectado 17 episódios que precisaram fazer o procedimento.

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A entidade investiga a relação dos casos com o adenovírus, que causa doenças gastrintestinais e respiratórias. Há suspeitas de que o subtipo 41, que provoca gastroenterites (inflamação gastrintestinal), seja o causador da moléstia, mas as investigações sobre a ligação desta infecção com a Covid-19 foram intensificadas.

A hepatite é uma inflamação que atinge o fígado e, na maioria dos episódios, é causada por vírus, mas pode ter relação com o uso de substâncias tóxicas, incluindo medicamentos, consumo de álcool, doenças hereditárias e distúrbios autoimunes. Os principais sintomas são icterícia (cor amarelada na pele ou nos olhos), diarreia, dor abdominal e vômito. Nas crianças afetadas, testes laboratoriais descartaram os tipos A, B, C, E e D (quando aplicável).

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