Avanço da variante delta pode encurtar o tempo entre as doses da vacina
Modelo matemático ajuda a prever a necessidade de redução do tempo de acordo com a vacina e a variante predominante
A partir de dados preliminares da eficácia da vacina contra a Covid-19 para a variante delta, um novo modelo matemático criado pelo Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI) diz que, para que se tenha um controle efetivo da pandemia, é preciso diminuir o tempo de 12 semanas entre as doses. Segundo artigo publicado na revista científica PNAS, a ferramenta desenvolvida pelo grupo ModCovid-19 com pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da Universidade de São Paulo (USP) mostra que imunizantes com menos de 50% de eficácia na primeira dose necessitam de um intervalo menor de aplicação do que vacinas com índices maiores de eficácia. “O próprio algoritmo decide quando é melhor aplicar a segunda dose, levando em conta a primeira, de maneira a controlar o mais rápido possível a pandemia”, explica Paulo José da Silva e Silva, co-autor da tecnologia, já disponível online para consultas que ajudem nas decisões sobre os planos de imunização da população brasileira e de outros países.
O estudo, escrito em fevereiro deste ano, teve como base a vacina da Astrazeneca e constatou que a diferença do percentual de eficácia da primeira dose para a segunda era muito pequeno, por isso valeria a pena priorizar a imunização de mais pessoas com a 1ª dose. Neste momento, porém, com o avanço da variante delta no Brasil e do mundo, as estratégias de vacinação devem ser revistas. De acordo com o pesquisador, se o local tiver predominância da variante delta, a eficácia da primeira dose é muito menor do que era com a variante alfa, por isso a necessidade de encurtar o tempo para o recebimento da segunda dose.
Confira o avanço da vacinação no Brasil: