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Autismo e paracetamol: o que diz novo estudo sobre uso do remédio na gravidez

Revisão publicada no periódico The BMJ analisou evidências existentes e apontou que elas não são robustas; entenda

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 nov 2025, 21h46 - Publicado em 10 nov 2025, 16h00

Uma grande revisão de estudos publicados sobre a suposta ligação entre uso de paracetamol na gravidez e o risco de episódios de Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças apontou que as evidências existentes não são robustas, de modo que não é possível estabelecer que um é causa do outro, algo que já tinha sido apontado por especialistas e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em setembro, os Estados Unidos anunciaram a alteração na bula do medicamento por uma “possível associação” entre o fármaco e a condição.

O estudo, publicado nesta segunda-feira, 10, no periódico científico The BMJ, avaliou a qualidade e a validade das evidências existentes até o momento sobre a administração do medicamento, que é indicado para febre e dor na gravidez, e o risco de autismo e transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).

Com revisores independentes, o grupo avaliou a qualidade metodológica dos estudos já publicados sobre o tema, que foram mapeados por meio de palavras-chave. Ao todo, foram encontradas 663 citações e os pesquisadores incluíram nove revisões sistemáticas sobre paracetamol na gravidez e risco de TEA — totalizando 40 estudos — publicadas nos últimos dez anos.

“Sete das nove revisões recomendaram cautela na interpretação dos resultados devido ao risco potencial de viés e fatores de confusão nos estudos incluídos. A confiança nos resultados das revisões foi baixa (duas revisões) a criticamente baixa (sete revisões)”, diz trecho do estudo.

De acordo com a publicação, apenas um estudo fez ajustes adequados em relação aos fatores familiares e aos fatores de confusão ao controlar as análises a partir de dados dos irmãos.

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“Estudos primários que não ajustam para importantes fatores de confusão, como fatores genéticos e ambientais familiares, saúde materna, indicações para o uso de paracetamol e potenciais fatores de confusão não mensurados, não podem estimar com precisão os efeitos da exposição intrauterina ao paracetamol no neurodesenvolvimento infantil.”

Paracetamol na gravidez

Os pesquisadores resolveram se aprofundar nas análises sobre o tema pelo fato de o paracetamol ser um dos medicamentos mais utilizados na gravidez ao redor do mundo e ser indicado pelas principais agências regulatórias, como a europeia, a do Reino Unido e a da Austrália.

Eles destacaram que o risco de desfechos negativos para gestantes que têm eventos de febre alta, o que faz com que médicos indiquem o remédio, e que o anúncio feito pelo governo estadunidense gerou preocupação em grávidas e mães de crianças que vivem no espectro.

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Diante disso, o estudo indica que as evidências atuais são insuficientes para estabelecer a ligação entre a exposição do feto ao medicamento e episódios de autismo, informando que a revisão demonstra a “falta de evidências robustas” para essa associação, de modo que órgãos reguladores, médicos, grávidas e parentes de pessoas que vivem com TEA e TDAH devem estar cientes da “baixa qualidade” das revisões existentes e da probabilidade de que as associações tenham influência de fatores familiares.

“As evidências existentes não estabelecem uma ligação clara entre o uso materno de paracetamol durante a gravidez e o autismo ou o TDAH nos filhos”, concluem os pesquisadores.

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