Butantan apresenta dados da CoronaVac à Anvisa
Pedido de uso emergencial deve ocorrer entre hoje e amanhã, diz diretor do Instituto Butantan; eficácia do medicamento foi medida em 78%
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou, em nota, que o Instituto Butantan apresentou, em power point, dados da vacina CoronaVac, mas ainda não realizou o pedido de uso emergencial do medicamento. Outra reunião foi marcada para ainda hoje. De acordo com Dimas Covas, diretor do Butantan, o pedido deve ser feito entre hoje ou amanhã.
Nesta quinta-feira, 7, foi anunciado que o fármaco tem 78% de eficácia contra casos leves e 100% em casos graves. O estudo contou com 12.473 voluntários brasileiros. Não houve qualquer efeito adverso grave relacionado ao antígeno.
No começo da coletiva de imprensa realizada nesta quinta, o governador João Doria disse que havia “iniciado” o pedido de uso-emergencial junto à agência. Mas o pedido não foi protocolado oficialmente. O que ocorreu hoje foi uma reunião de pré-submissão.
O governo de São Paulo tem planos de iniciar uma grande campanha de vacinação regional com o antígeno a partir do dia 25 deste mês. A ideia é imunizar as pessoas mais afetadas por quadros severos do vírus: profissionais de saúde, idosos, população indígena e quilombola. A imunização se dará em duas doses, com um intervalo de 21 dias entre elas. Além disso, Doria disse que a ideia é que todos os brasileiros recebam o medicamento por meio do programa de imunização Ministério da Saúde.
A princípio, existia a previsão que esse pedido fosse realizado no dia 23 de dezembro, data que também seria conhecida a eficácia do fármaco. O laboratório chinês, porém, pediu que essa informação crucial não fosse divulgada, para que se realizasse uma reanálise para unificar os resultados dos estudos brasileiros com os de outros países.
Segundo Covas, a vacina do Butantan apresentou eficácia diferente dos testes realizados com o fármaco na Turquia e na Indonésia porque os estudos naqueles países foram feitos com voluntários selecionados entre a população geral. No Brasil, o imunizante foi ministrado apenas em profissionais da saúde que estavam na linha de frente do combate à Covid-19 e que, consequentemente, apresentavam risco maior de exposição ao vírus.