Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Sarampo cresce exponencialmente no mundo e OMS reforça vacinação

Europa tem aumento alarmante de diagnósticos, Argentina registra um óbito de criança e Brasil identifica caso importado no Rio Grande do Sul

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 Maio 2024, 16h02 - Publicado em 29 jan 2024, 16h10

O aumento dos casos de sarampo no mundo, especialmente na Europa, fez a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitir um alerta reforçando a vacinação como a melhor forma de prevenir a doença e impedir a disseminação. “Mesmo os países que alcançaram o estatuto de eliminação do sarampo correm o risco de grandes surtos, e por isso 95% das crianças precisam ser vacinadas com duas doses contra o sarampo em todas as comunidades, para evitar a propagação da doença altamente contagiosa”, disse a entidade internacional, sobre a infecção provocada pelo vírus Morbilivirus.

A Europa é um dos locais mais afetados, com registro de um aumento alarmante de casos entre janeiro e outubro de 2023, em todas as faixas etárias. “Temos visto, na região, não apenas um aumento de trinta vezes nos casos de sarampo, mas também quase 21.000 hospitalizações e cinco mortes relacionadas ao sarampo. Isso é preocupante”, declarou Hans Kluge, diretor regional da OMS, na Europa.

Segundo a organização, isso se deve ao fato de menos crianças terem sido vacinadas contra a doença durante o período da crise sanitária provocada pelo coronavírus. “A pandemia de Covid-19 teve um impacto significativo no desempenho do sistema de imunização, resultando num acúmulo de crianças não vacinadas e subvacinadas”, informou.

O efeito pandêmico realmente baixou as coberturas no continente europeu: as taxas de vacinação para a primeira dose da vacina contra o sarampo caíram de 96% em 2019 para 93% em 2022, em toda a Europa, e a adesão à segunda dose caiu de 92% para 91%, no mesmo período – números que equivalem a mais de 1,8 milhão de crianças não vacinadas durante esses dois anos.

“Com o aumento das viagens internacionais e a eliminação das medidas de distanciamento social, o risco de o sarampo se espalhar através das fronteiras e dentro das comunidades é muito maior – especialmente entre as populações subvacinadas”, afirmou a OMS, acrescentando que “a vacinação é a única forma de proteger as crianças desta doença potencialmente perigosa”.

O sarampo pode ser uma doença grave em qualquer idade. Muitas vezes começa com febre alta e erupção na pele, sintomas que normalmente desaparecem em dez dias – mas as complicações podem incluir pneumonia, meningite, cegueira e convulsões.

Continua após a publicidade

Brasil não está totalmente livre

No Brasil, o Centro de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul também soltou um alerta após confirmar um caso importado de sarampo no estado, de um menino de 3 anos, que veio do Paquistão e não estava vacinado.

Em nota, a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul reforçou a recomendação da aplicação da vacina tríplice viral, contra sarampo, rubéola e caxumba, indicada para crianças a partir de 1 ano de idade e adultos de até 59 anos, disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Com a suspeita, foi realizado bloqueio vacinal seletivo nos familiares, vizinhos e profissionais da saúde. A criança está bem e seus familiares não apresentaram sintomas. O município segue monitorando atendimentos por febre, exantema e tosse ou coriza ou conjuntivite, sem nenhuma identificação de caso suspeito.”

Vale lembrar que o esquema vacinal do sarampo — doença transmitida por meio de secreções, ao tossir, espirrar ou falar — consiste na aplicação de duas doses da vacina até os 29 anos ou dose única para adultos de 30 a 59 anos. Profissionais de saúde devem receber duas doses, independentemente da idade.

Melhor opção é a vacina

Continua após a publicidade

Nas últimas semanas, países como México, Estados Unidos, Reino Unido e Portugal também emitiram alertas após a confirmação de casos, com o óbito de uma criança de 19 meses na província de Salta, na Argentina. O Brasil, porém, ainda não tem o vírus circulante em seu território, situação que só deve se manter caso as coberturas vacinais permaneçam altas.

“É preciso fazer a lição de casa – se vacinar e vacinar as crianças para que esses casos que entrem aqui não transformem o país novamente em uma zona de circulação do vírus e provoquem novos surtos de sarampo, uma doença que, infelizmente, tem o potencial de gravidade alto e pode levar ao óbito, especialmente as crianças”, diz Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Ele lembra que o sarampo era uma doença controlada no Brasil até 2016, quando o país recebeu a certificação de eliminação do vírus em território nacional. Depois de um surto em 2018, com mais de 40.000 casos registrados, o país perdeu a certificação e voltou a ser endêmico. Em 2022, no entanto, foi promovido a um país com “pendências de reverificação”, ou seja, não tem o vírus circulante, mas ainda falta alcançar alguns quesitos relacionados à vacinação e à vigilância.

“Estamos em busca da recertificação, mas esse alerta é muito importante porque o mundo está apresentando números expressivos de casos de sarampo e será frequente a entrada do vírus no Brasil. Temos que vacinar”, completa Kfouri, que também preside o Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.