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Bullying: 1 em cada 5 crianças pensa em suicídio depois da agressão

Novo estudo mostra também que 78% das vítimas sofrem com problemas de ansiedade, enquanto 56% perdem noites de sono

Por Redação
Atualizado em 2 set 2019, 17h52 - Publicado em 2 set 2019, 16h19

Um estudo recém-publicado indicou que adolescentes entre 12 e 15 anos que sofrem bullying na escola apresentam risco até três vezes maior de tentar o suicídio. Agora, uma nova pesquisa fortalece a relação entre a prática violenta no ambiente escolar e o pensamento suicida.

O levantamento, realizado no Reino Unido, indica que na faixa etária de 11 a 16 anos, pelo menos 17% dos adolescentes vítimas de bullying consideram tirar a própria vida para fugir da perseguição. Além disso, 78% afirmaram que o problema causa ansiedade e pode fazê-los perder noites de sono (56%). Os novos dados ainda mostram que 57% das crianças já sofreram bullying em algum momento da vida escolar e 74% testemunharam alguém sendo intimidado. 

O problema do bullying é muito grave, pois afeta diversos aspectos da vida do adolescente, incluindo saúde mental, desempenho acadêmico e frequência escolar. A pesquisa indica que 35% das vítimas de bullying passaram a faltar às aulas e 20% precisaram mudar de escola.

Algumas crianças abandonaram o colégio de vez e passaram a ser educadas em casa. No Brasil, no entanto, essa prática não é permitida e os alunos precisam estar regularmente matriculados em uma escola pública ou particular. De acordo com o levantamento, 23% dos adolescentes acreditam que a escola não está conseguindo controlar o problema.

“A alta prevalência de vitimização por bullying e o risco aumentado para tentativas de suicídio entre as vítimas da prática apontam para a necessidade urgente de implementar intervenções eficazes para lidar e prevenir os dois problemas”, comentou Ai Koyanagi, autor da pesquisa anterior.

Campanha contra o bullying

O levantamento, feito com 1.003 crianças e adolescentes, foi conduzido pela Diana Award, instituição de caridade anti-bullying criada em homenagem à princesa Diana. Por causa dos resultados, a instituição lançou a campanha #Back2School (De volta para a escola, em tradução livre) com várias celebridades e políticos britânicos.

Alguns depoimentos mostram como o bullying não é um problema novo dentro das escolas. É o caso de Chris Elmore, membro do parlamento britânico. “Quando eu tinha 13 ou 14 anos, pensei muito em cometer suicídio. Achei que seria uma solução mais fácil do que ter que continuar sofrendo bullying”, disse ele em vídeo para a campanha. Hoje, Elmore tem 35 anos.

Outra celebridade que falou sobre o bullying foi o cantor britânico Peter André. “Quando eu me mudei para a Austrália fui tratado como ‘pária’. Lembro que me amarraram a uma cerca e se revezaram para jogar pedras em mim, tentando ver quem ia acertar na minha cabeça. Eles riam e me xingavam. Fiquei realmente assustado. O assédio moral é uma coisa horrível”, contou André, hoje com 46 anos. 

O fim do bullying

De acordo com especialistas, para evitar que o bullying aconteça no ambiente escolar, toda a comunidade precisa participar, começando dentro de casa, com pais mais atentos ao dia a dia e ao comportamento do filho em relação à escola. Essa atenção deve valer tanto para a vítima quanto para o agressor.

No caso do primeiro, os pais devem contatar a escola e descobrir a melhor maneira de resolver o problema. No segundo, os filhos devem ser orientados sobre o comportamento inadequado para que ele não se repita.

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A escola também deve fazer a sua parte e criar um ambiente saudável em que as questões problemáticas possam ser resolvidas com diálogo. Ainda é preciso criar campanhas contra o bullying e regras contra a prática. Amigos e colegas de classe devem ajudar a vítima acolhendo e denunciando o agressor para pais e professores.

Falta de apoio

Outra pesquisa, realizada pela Young Minds, instituição de caridade voltada para a saúde mental infanto-juvenil, mostra que um em cada oito adolescentes e jovens não encontram apoio psicológico quando procuram e, por causa disso, precisam cuidar do problema por conta própria.

O levantamento descobriu que 78% dos entrevistados (menores de 25 anos) disseram não ter encontrado apoio e tiveram que descobrir como lidar com a situação sem ajuda. Apesar disso, apenas 17% se sentiu confiante administrando a saúde mental por conta própria.

“Esses resultados mostram o quão difícil pode ser para os jovens obter ajuda no início. E sabemos que a demora em encontrar ajuda tem efeitos devastadores. Por isso, é vital garantir que o auxílio certo esteja disponível quando os jovens precisarem dele pela primeira vez”, explica Emma Thomas, chefe da Young Minds, ao The Independent

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Alguns dos problemas que mais afetam a saúde mental dos jovens é pressão pelo sucesso acadêmico (77%), cultura da beleza (69%) e problemas familiares (62%).

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