Álcool: o consumo na gestação faz mal ao feto mesmo em dose bastante baixa
O maior estudo já conduzido sobre o assunto mostrou que risco de depressão e ansiedade aumentam ao longo da vida da criança

O maior estudo já conduzido sobre o assunto, publicado no American Journal of Psychiatry, mostrou que mesmo doses baixas de álcool (a partir de um drinque) durante a gravidez podem impactar no desenvolvimento do cérebro da criança, além de estar associado ao aumento de risco outros problemas ao longo da vida da criança, como ansiedade e depressão. Os danos são vistos sobretudo quando o consumo é no início da gestação.
As doses analisadas foram a partir um a dois drinques por ocasião, com no máximo seis drinques por semana. Estima-se que pelo menos a metade das gestantes consumam bebidas alcoólicas — a maioria, uma ou duas bebidas por ocasião.
Entre os filhos de mães que consumiram álcool na gravidez, 60% foram expostos a baixas quantidades e 40% a níveis mais elevados. Mesmo as crianças que foram expostas a baixos níveis de álcool no útero em qualquer momento durante a gravidez tiveram mais problemas psicológicos e emocionais e problemas comportamentais em relação às não expostas.
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O uso mais intenso de álcool durante o início da gravidez também foi associado a comportamentos agressivos da criança.
O hábito materno atinge inclusive o volume cerebral dos filhos.
“A opção mais segura durante a gravidez é se abster de beber álcool. Essa informação também é importante para mulheres que planejam engravidar. Mesmo ao planejar a gravidez, essa é uma decisão que tem de ser tomada”, diz a autora Maree Teesson.