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Aedes resistente ao vírus da dengue é criado nos EUA

Uma alteração feita no 'fígado' do mosquito fez com ele aumentasse radicalmente a produção de fatores antivirais em seu organismo, bloqueando a infecção

Por da Redação
Atualizado em 13 jan 2017, 21h32 - Publicado em 13 jan 2017, 14h41

Uma técnica para barrar a transmissão de doenças do Aedes aegypti foi divulgada por pesquisadores americanos. Os cientistas da Escola de Saúde Pública de Johns Hopkins criaram mosquitos geneticamente modificados que utilizam seu próprio sistema imunológico para combater o vírus da dengue. Uma alteração feita no que seria o fígado do Aedes fez com ele aumentasse radicalmente a produção de fatores antivirais em seu organismo, bloqueando a infecção.

Os testes não funcionaram para zika e chikungunya, mas os pesquisadores acreditam que a técnica possa ser aprimorada para trazer resistência também contra esses outros tipos de arboviroses.

O Aedes se infecta com o vírus da dengue toda vez que suga o sangue de um ser humano que está com a doença, e, dessa forma, pode transmiti-la para as próximas pessoas que forem picadas por ele. O novo estudo, publicado na revista científica Plos One, mostra que esse mosquito produz naturalmente antivirais contra a dengue, mas em um nível tão baixo que não são capazes de eliminar o vírus. O que a nova técnica faz, de forma inédita, é estimular essa habilidade natural a partir da interferência em determinados genes que atuam no “fígado” do inseto.

Depois dessa alteração, foi observado que a maioria dos mosquitos eliminou completamente o vírus, e que os poucos insetos que ainda se mantinham infectados registraram um nível viral baixo nas glândulas salivares, que é a via por onde eles transmitem doenças.

“Se você puder substituir uma população natural de mosquitos transmissores de dengue por organismos geneticamente modificados que sejam resistentes ao vírus, você pode parar a transmissão. Este é um primeiro passo rumo a esse objetivo” , disse o líder do estudo, George Dimopoulos, professor do Departamento de Microbiologia e Imunologia Molecular da Universidade Johns Hopkins, nos EUA.

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A equipe de Dimopoulos está trabalhando para, a partir de agora, testar modificações genéticas no que equivaleria ao intestino dos mosquitos. A hipótese é de que seja possível produzir fatores antivirais também neste órgão, tornando mais forte a resposta imune. Uma das apostas é de que isso possa, ainda, impedir a infecção por zika e chicungunha.

 

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