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Acidente de trânsito é maior causa da morte de jovens, diz OMS

Relatório diz que houve 1,2 milhão de mortes de adolescentes de 10 a 19 anos em 2015. Dessas, 115.302 foram consequência de acidentes na via pública

Por Da redação
16 Maio 2017, 11h56

Os acidentes de trânsito são a principal causa de morte entre jovens de 10 a 19 anos em todo o mundo, segundo um relatório publicado nesta terça-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao menos 115.302 adolescentes morreram em 2015 por conta dessas ocorrências nas vias públicas. No total, de acordo com a publicação, a cada ano morrem 1,2 milhão de jovens por causas evitáveis, e mais de dois terços das mortes acontecem nos países em desenvolvimento, especialmente no continente africano e no sudeste asiático.

Depois dos acidentes de trânsito, que ocupam a primeira posição, as causas que mais matam adolescentes em 2015 foram infecções respiratórias (72.655), suicídios (67.149), doenças diarreicas (63.575) e afogamentos (57.125), de acordo com a OMS. Pelo menos 3.000 jovens morreram por dia, ao longo do período analisado no relatório, intitulado “Acelerador da Ação Global a favor da Saúde dos Adolescentes: Guia para apoiar a implementação em cada país”.

A organização afirma que a maioria dessas mortes pode ser prevenida com bons serviços de saúde, educação e apoio social – porém, em muitos casos, os adolescentes que sofrem de distúrbios de saúde mental, uso de substâncias ou má nutrição não podem obter serviços críticos de prevenção e assistência, seja porque os serviços não existem, seja porque não os atendem.

“Os adolescentes estão totalmente ausentes nos planos nacionais de saúde há décadas”, disse Flavia Bustreo, diretora assistente geral da OMS, em comunicado. Para ela, investimentos relativamente modestos destinados a este grupo de população resultariam em uma geração de adultos mais saudáveis, pois é na adolescência que as pessoas desenvolvem comportamentos de risco que têm um impacto importante em seu futuro, como má alimentação, sedentarismo ou sexo inseguro.

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Os dados divulgados pela OMS apresentam diferenças consideráveis entre os adolescentes por sexo e faixa etária. Os acidentes de trânsito são a causa mais comum de morte entre adolescentes no geral e também no caso dos jovens do sexo masculino, enquanto que o principal motivo de mortalidade feminina são as infecções respiratórias pulmonares.

Números por sexo

Na maioria de ocasiões, os adolescentes mortos nas estradas são usuários vulneráveis: pedestres, ciclistas ou motociclistas. Quase 88.590 jovens homens e 26.712 mulheres da mesma idade morreram por ferimentos ocasionados por conta de acidentes na via pública. Já muitas das infecções respiratórias, que causaram a morte de 36.637 mulheres e 36.018 homens adolescentes, são provocadas pela inalação de ar contaminado em suas próprias casas, onde ainda cozinham com combustíveis sujos.

O suicídio e autoflagelo constituem a segunda causa de mortes entre as garotas de todo o mundo (32.194) e a quinta entre os rapazes (34.650). Na Europa é a primeira entre os jovens, diz o estudo, que não fornece número por regiões. Além disso, os garotos adolescentes têm mais probabilidades de perder a vida em brigas e confrontos violentos (42.277) e afogamento (40.847) do que as garotas. Elas, por sua vez, falecem mais por causa de doenças diarreicas (32.194) do que o sexo masculino.

Segmentando os grupos por idade, o estudo prova que – para as mulheres com idade entre 15 e 19 anos – a primeira causa de morte são as complicações no parto ou aborto, um problema que acaba com a vida de 28.886 das adolescentes a cada ano.

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Em alguns países africanos, as doenças contagiosas – especialmente o HIV –, as infecções respiratórias, meningites e diarreia matam mais adolescentes do que os acidentes de trânsito.

Mudando o cenário

“Melhorar o sistema de saúde que lida com os adolescentes é um primeiro passo para melhorar sua saúde. Os pais, parentes e comunidades também têm o potencial para influenciar de forma positiva no comportamento e na saúde do menor”, disse o diretor do departamento de infância da OMS, Anthony Costello.

O relatório divulgado hoje recomenda intervenções em todos os setores da sociedade. Desde promover programas de educação sexual integral nas escolas, limitar a idade máxima para consumo de álcool, tornar lei a utilização do cinto de segurança e capacete na via pública, redução da poluição no interior da residência, melhorar o acesso à água e incentivar a boa higiene pessoal.

(Com Agência Brasil)

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