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A inteligência artificial que prevê diabetes inicial em 12 horas

Cientistas desenvolveram método para transformar monitor contínuo de glicose em ferramenta para triagem da doença

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 dez 2022, 11h18

Assim como as demais doenças, a diabetes pode ser controlada e tratada sem causar tantos danos à saúde do paciente se descoberta precocemente. Cientistas da Klick Applied Sciences resolveram ir além e investigaram a possibilidade de prever a possibilidade de desenvolver a condição e, com ajuda da inteligência artificial, criaram um método para transformar um monitor contínuo de glicose (CGM, na sigla em inglês) em uma ferramenta para triagem da doença em apenas 12 horas.

Com o método, os pesquisadores conseguiram determinar se um paciente tinha pré-diabetes ou se já estava com a doença com uma redução do tempo de espera pelo resultado de 96,4%. Normalmente, uma análise demora até 14 dias e depende da avaliação de médicos especialistas.

“Demonstramos que 12 horas de monitoramento podem fazer uma grande diferença na vida das pessoas em risco de desenvolver diabetes enquanto ainda há tempo para corrigir o curso”, disse Jouhyun Jeon, investigador principal da Klick Applied Sciences e autor do estudo. “Achamos que os CGMs podem ser usados não apenas para monitorar a diabetes, mas para preveni-la completamente.”

O estudo foi realizado com 600 voluntários classificados como saudáveis, com diabetes tipo 2 e pré-diabéticos. Eles utilizaram o dispositivo por 12 dias e tiveram as medições de glicose avaliadas. Com base nos dados coletados, os pesquisadores treinaram o equipamento para determinar o status do paciente em relação à doença.

Segundo Jeon, o aparelho identificou corretamente dois terços dos pacientes com pré-diabetes e demonstrou alta precisão para determinar os pacientes saudáveis e aqueles que tinham diabetes tipo 2.

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“A esmagadora maioria das pessoas com diabetes de início precoce não está ciente de sua condição e não consulta um médico até que sua capacidade de controlar os níveis de açúcar no sangue seja irreparavelmente prejudicada”, afirmou Michael Lieberman, diretor administrativo de pesquisa e desenvolvimento da Klick.

Lieberman afirma que os resultados apontam o potencial da tecnologia no desenvolvimento de biomarcadores digitais de glicose no sangue com foco em prevenir o aparecimento da doença.

O último levantamento da Federação Internacional de Diabetes (IDF, sigla em inglês), divulgado no ano passado, mostrou que 537 milhões de pessoas têm diabetes no mundo. Nas Américas, de acordo com relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), estima-se que 62 milhões de pessoas vivam com a doença. A OPAS alerta que o número deve ser maior, tendo em vista que 40% das pessoas não sabem que têm diabetes.

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