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A fake news que coloca o sorriso dos brasileiros em risco

Pesquisadores da USP identificaram mais de 300 publicações falsas na área de odontologia com impactos na saúde pública

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 ago 2022, 18h19

Pesquisadores brasileiros da área de odontologia acenderam o alerta para um movimento que cresce no país e que pode resultar em impactos negativos para a saúde bucal: por meio de sites, pessoas têm espalhado fake news sobre o uso do flúor na água e em produtos odontológicos para evitar o aparecimento de cáries. A fluoretação da água de abastecimento público começou no Brasil em 1974 por determinação de lei federal e a relação entre a adição da substância e a prevenção de cáries está estabelecida desde a primeira metade do século 20.

O movimento teve início nos Estados Unidos e, no Brasil, tem até dentistas alimentando as falsas informações. Um levantamento realizado por pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da Universidade de São Paulo (USP) identificou mais de 300 conteúdos falsos sobre odontologia e com impactos para a saúde pública em 297 sites e redes sociais.

Para se posicionar contra o flúor, são usados desde argumentos verdadeiros tirados de contexto a motivos religiosos. “Dentre elas, podemos observar justificativas relacionadas à toxicidade do flúor e também baseando-se em teorias da conspiração, como, por exemplo, uma política adotada por Hitler durante o nazismo ou ainda uma política que é utilizada por governos para controlar as mentes das pessoas. Existem também teorias ligadas à espiritualidade, como a calcificação da glândula pineal, que levaria à impossibilidade de conexão com Deus, com o criador”, detalhou, em entrevista do Jornal da USP, o professor Thiago Cruvinel, líder da equipe da FOB.

Este movimento preocupa autoridades sanitárias porque o flúor é o método de menor custo per capita para evitar cáries e perda de dentes na população, segundo o professor Wilson Mestriner, da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) da USP. E as pessoas mais carentes são as mais vulneráveis.

“Graças à fluoretação da água de abastecimento público, nós temos a redução do índice de cáries observada através do censo nacional, dos levantamentos epidemiológicos para avaliar a condição de saúde bucal da população brasileira”, afirmou Mestriner ao jornal. Segundo ele, um dos primeiros estudos brasileiros sobre o tema, realizado em 1953, já apontava a importância do flúor para a saúde bucal, pois demonstrou a redução de 60% da atividade da cárie após a adição na água.

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