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4 desafios que o Brasil precisa superar para vacinar a população em 2021

A Covid-19 impõe dificuldades inéditas para o sistema de saúde do país

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 fev 2021, 18h20

Há décadas o Brasil tem sido exemplo na imunização em massa e faz campanhas de vacinação bem-sucedidas, como as da gripe, chegando a atingir 2 milhões de imunizações por dia. Mas fazer isso durante uma pandemia, traz desafios inéditos que precisam ser superados se o país quiser imunizar toda a população ainda este ano.

O Brasil começou sua campanha de vacinação em 17 de janeiro, logo após a liberação de uso emergencial dos imunizantes do Instituto Butantan e da Fiocruz pela Anvisa. Até este sábado, 13, o país já vacinou 5.030.289 pessoas.

Acordos

O governo federal assegurou cerca de 350 milhões de doses até o final do ano. Destas, 100 milhões serão fornecidas pelo Instituto Butantan, 210,4 milhões pela Fiocruz e 42,5 milhões pelo Covax Facility. A quantidade é suficiente para imunizar 176,4 milhões de pessoas, considerando um regime de aplicação de duas doses.

Dessa forma, para imunizar todos os brasileiros ainda em 2021, não há outra solução senão fechar acordo com novos fornecedores. Negociações estão em andamento, mas não há nada formalizado. Desde o fim do ano passado vem conversando com a Pfizer para a aquisição de 70 milhões de doses. O governo cita como entraves para não bater o martelo o prazo e a quantidade de entrega das doses, a dificuldade para armazenamento da vacina e, em especial, o fato de a Pfizer exigir isenção de responsabilidade sobre possíveis eventos adversos. Com a Janssen, foi feito um memorando para a aquisição de 38 milhões de doses em 2021, mas o contrato também não foi assinado. Recentemente, o governo federal iniciou negociações para a compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, fabricadas na Índia pelo laboratório Bharat Biotech e 10 milhões de doses da vacina Sputnik V, fornecidas pelo Instituto Gamaleya, na Rússia.

Produção

O Brasil fez acordos de transferência de tecnologia para a produção em território nacional de duas vacinas contra a Covid-19: a CoronaVac, que será fabricada pelo Instituto Butantan, em São Paulo, e a de Oxford-AstraZeneca, produzida pela Fiocruz. Entretanto, nenhuma delas é produzida totalmente com produtos nacionais, o que significa que o país depende de insumos enviados por outros países para dar andamento à linha de produção. Durante uma pandemia, em que o mundo inteiro está atrás dos mesmos recursos, isso pode gerar problemas de fornecimento, como ficou claro com os atrasos da entrega do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) para produção das vacinas do Butantan e da Fiocruz no mês de fevereiro, e das doses prontas da vacina de Oxford, fornecidas pelo Instituto Serum, na Índia. Enquanto estas instituições não são autossuficientes na produção das vacinas, o que deve ocorrer a partir do segundo semestre deste ano, qualquer atraso na importação poderia colocar em risco o programa. Até mesmo as seringas e agulhas, essenciais para a imunização, se tornaram um problema devido a alta demanda.

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Adesão

Um dos fatores cruciais para a vacinação é a adesão da população. Nenhuma campanha de vacinação é efetiva se poucas pessoas aderirem. Receios associados a multiplicação de fake news sobre possíveis danos causados pelas vacinas e desconhecimento sobre o processo de produção e rigor dos estudos clínicos aumentam ainda mais o risco de uma baixa procura. Por isso, um dos maiores desafios do Ministério da Saúde é convencer as pessoas a se deslocarem até os pontos de vacinação nas datas corretas para as duas doses. Para isso, especialistas recomendam comunicação permanente com a população para explicar a importância da imunização, esclarecer dúvidas e desmentir informações falsas. Campanhas que ajudam a convencer a população por meio de exemplos de famosos vacinados também pode ser uma boa alternativa. A estratégia está em uso nos Estados Unidos e na Inglaterra, onde políticos e celebridades participam de campanhas em prol da vacinação.

Logística

Pela primeira vez, o Brasil terá uma campanha de vacinação que envolve diferentes imunizantes, que devem ser aplicados em duas doses, com intervalos diferentes, e sem a possibilidade de intercambialidade. É preciso que o imunizado receba a primeira e a segunda aplicação do mesmo laboratório, o que exige que ele seja devidamente identificado e retorne, no tempo correto, para receber a outra injeção. Além disso, a quantidade de doses disponível de cada vacina também é diferente. Uma opção é fazer a divisão por regiões, como o Reino Unido, que têm três imunizantes em uso. Outros problemas incluem a possível necessidade de ultracongeladores para determinados fármacos, como o da Pfizer, fazer a vacina chegar a todos os cantos do Brasil, inclusive os mais remotos e, para isso, ter de recorrer a voos comerciais em um momento atípico de restrições impostas pela pandemia.

 

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