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Vem aí o Facebank

Em uma tentativa para retomar o crescimento acelerado, o Facebook agora quer acesso a dados financeiros de seus usuários

Por Marcelo Sakate Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 17h44 - Publicado em 10 ago 2018, 07h00

Diante de uma crise de confiança que já afeta o seu número de usuários e, por extensão, suas fontes de receita, o Facebook decidiu contra­-atacar. A rede social fundada e comandada por Mark Zuckerberg está em negociação com bancos americanos para tentar obter acesso aos dados dos correntistas, tais como os registros de uso do cartão de crédito e o saldo nas contas. O objetivo da empresa é ampliar a oferta de serviços, provavelmente por meio de sua ferramenta de mensagens instantâneas, o Messenger, de modo a aumentar o engajamento dos usuários. Com a revelação da nova empreitada, as ações da companhia subiram 4,5% em um único pregão. “Nós nos associamos a bancos e empresas de cartão de crédito para oferecer serviços como chat para suporte de clientes ou gerenciamento de contas”, afirmou o Facebook em comunicado oficial.

Mas não será uma tarefa trivial convencer as instituições financeiras e, principalmente, os correntistas a compartilhar tais dados com o Facebook. A rede social teve a sua reputação manchada com a revelação, em abril, de que permitiu o acesso a informações de 87 milhões de usuários à Cambridge Analytica, uma empresa britânica de análise de dados. O episódio fez crescer entre autoridades regulatórias e congressistas de vários países a preocupação em proteger os dados dos usuários da plataforma e punir quem se descuidar desse direito fundamental. Sofrendo com a perda de confiança, o Facebook anunciou recentemente que vai ampliar os gastos para reforçar a segurança e a privacidade de seus mais de 2 bilhões de usuários no mundo. Além desse episódio, a companhia sofreu acusações de que foi e continua a ser instrumento de manipulação política por meio de perfis falsos que propagam fake news — e tem buscado reagir bloqueando e excluindo páginas suspeitas. As denúncias afetaram seu desempenho e as projeções para os próximos meses, com efeito devastador sobre o valor de mercado da companhia: as ações chegaram a cair 20% em um dia, o que gerou uma perda de 123 bilhões de dólares na bolsa.

Recuperar a confiança é crucial para o Facebook. Quanto mais informações as pessoas estiverem dispostas a ceder, mais valiosas serão as redes sociais para os investidores e para as empresas parceiras, alimentando um círculo virtuoso que amplia a sua relevância. Hoje, já é possível transferir dinheiro por meio do Messenger entre pessoas amigas no Facebook. Trata-se de um modelo disseminado na China, onde imperam os chamados superaplicativos, como o WeChat Pay, que permitem o pagamento de serviços diversos. É curioso que a empresa, acusada de fazer pouco-caso da privacidade de seus usuários, queira agora os dados bancários deles. Mas o Facebook confia na estratégia. “Uma parte essencial das parcerias é manter as informações das pessoas seguras e protegidas”, disse a companhia. Que assim seja, para o bem dos usuários.

Publicado em VEJA de 15 de agosto de 2018, edição nº 2595

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