“Para Soon-Yi, a melhor. Achei que a tinha na palma da mão e, quando me dei conta, havia perdido o braço.”
WOODY ALLEN, cineasta, na dedicatória da autobiografia A Propósito de Nada. Nela, descreve o começo da relação com a então enteada, nega haver abusado de outra filha adotiva e compara a cruzada contra ele movida pela ex Mia Farrow à fixação do capitão Ahab em perseguir uma baleia no livro Moby Dick
“Coronavírus/considerações Drauzio Varela.”
RICARDO SALLES, ministro do Meio Ambiente, reproduzindo um áudio do médico em que pede tranquilidade, sem avisar que era de 30 de janeiro. O Twitter deletou a postagem. Custou, mas o ministro pediu desculpas
“Vossa Excelência, está me ouvindo?”
MARCOS ROGÉRIO, senador (DEM-RO), repetindo a fala mais escutada na primeira votação on-line jamais realizada no Senado — só que, no caso dele, com os devidos rapapés
“É a maior imbecilidade da história da humanidade! Ao trabalho, brasileiros.”
SÉRGIO CAMARGO, presidente da Fundação Palmares e célebre por, sendo negro, amenizar os efeitos da escravidão, investindo contra a quarentena por causa do novo coronavírus (no que está perfeitamente alinhado com outro presidente, o da República)
“É duro dizer às pessoas ‘Continuem a ir a restaurantes, comprem uma casa nova, ignorem a pilha de cadáveres ali na esquina’.”
BILL GATES, fundador da Microsoft e filantropo-mor dos Estados Unidos, criticando a barulhenta banda antiquarentena
“Estamos dividindo as tarefas. Lavo a louça e faço comida ouvindo um podcast de filosofia. Ele arruma os cômodos, varre bem direitinho.”
MARIANA GOLDFARB, apresentadora, descrevendo a rotina de isolamento com o marido, Cauã Reymond, depois de dispensar os empregados da casa
“Se me pegou, pode pegar todo mundo.”
IAN LIPKIN, especialista em virologia e consultor do filme Contágio — portanto, em teoria, alguém que sabe tudo sobre como fugir de um vírus —, ao anunciar que seu teste deu positivo
“Um teste para que aqueles que sobreviverem a essa guerra invisível se conscientizem de que o planeta Terra está realmente sendo destruído pelos donos do poder.”
RITA LEE, cantora que vive “enfurnada” em um sítio há oito anos, extraindo lições da pandemia
“Cara, tô me forçando a não vibrar no medo.”
TAÍS ARAUJO, atriz, recomendando “vibrar no amor, vibrar na continuidade, vibrar na corrente do bem”
“Eita que essa quarentena tá boa para fazer menino.”
MARAISA, cantora sertaneja, expressando um lado positivo de estar presa em casa com o namorado, Fabricio Marques
Publicado em VEJA de 1 de abril de 2020, edição nº 2680