Em 1987, o presidente Ronald Reagan, dos Estados Unidos, e o secretário-geral Mikhail Gorbachev, da então União Soviética, assinaram um acordo em que as duas nações se comprometiam a deixar de produzir, testar e possuir mísseis terrestres de alcance intermediário, entre 500 e 5 500 quilômetros. A decisão, que incluiu tanto ogivas normais como nucleares, foi um alívio para a Europa, que, durante a Guerra Fria, se viu frequentemente no raio de ação de projéteis soviéticos. No sábado 20, o presidente Donald Trump ameaçou tirar seu país do acordo, conhecido pela sigla INF (Forças Nucleares de Alcance Intermediário, em inglês). A razão é que os russos constantemente violam o combinado. “Trump parece não gostar de nenhum pacto que tenha sido negociado antes de ele se tornar presidente. Ele prefere rasgá-lo e começar tudo de novo”, diz o cientista político Jeffrey Knopf, da Faculdade Middlebury, na Califórnia.
Trump tem razão quando acusa os russos de não respeitar o acerto, mas a reação de Moscou pode ser inconvenientemente drástica. “A Rússia estará livre para construir tantos mísseis de alcance intermediário quanto quiser, e a culpa disso recairá sobre os EUA”, diz Matthew Bunn, da Universidade Harvard. O medo dos chefes de governo da União Europeia é que a atitude de Trump os coloque no meio de uma nova corrida armamentista.
Publicado em VEJA de 31 de outubro de 2018, edição nº 2606
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