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O tempero da Justiça

Habitué dos convescotes políticos na casa de Caetano Veloso e Paula Lavigne, pastor quer ser deputado no Rio com bandeiras atípicas para um religioso

Por Eduardo F. Filho Atualizado em 31 jan 2018, 16h17 - Publicado em 25 jan 2018, 06h00

Como conheceu os anfitriões Caetano Veloso e Paula Lavigne? O contato veio das minhas posições em redes sociais, que chegaram ao meio artístico. A Paula gostou e passou a me convidar. Hoje, nós sentamos e conversamos diariamente. Somos grandes amigos, em toda a beleza que essa palavra significa. Não uso essa palavra por nada.

Há algum integrante do qual o senhor é fã? Conheci mais pessoalmente o Caetano. Conversamos muito, cara a cara. Ele é carinhoso e bom de conversa. Temos papos tanto sobre questões do nosso país quanto sobre família, experiências religiosas e fé. Não sei qual a linha dele, mas ali dentro há uma religiosidade muito grande. Gostei de conhecer a Leticia Sabatella, o Otávio Müller e o Mosquito. Era fã da Dira Paes, e ela estava lá. Teve ainda a grande cantora, que é carinhosa e acolhedora, Marisa Monte.

O senhor afirma que nem todo evangélico é conservador. E o que seria um evangélico conservador? É aquele que tem dificuldade de dialogar com as diferenças, que não respeita o Estado laico, não promove o diálogo inter-religioso. Acredito que o termo apropriado é fundamentalista.

Como o senhor mesmo se define?  Tento ser um discípulo de Jesus Cristo de Nazaré, um cristão. Eu me sinto responsável pela defesa do Estado laico, ou seja, do respeito.

O senhor pensa em concorrer a cargo público? Existe essa possibilidade de ser deputado estadual pelo Rio, mas estou dialogando com o PSOL, meu partido.

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A Assembleia do Rio passou recentemente por alguns escândalos, como a prisão do presidente Jorge Picciani. Como um pastor pode ser um diferencial ali dentro? Está no Evangelho: Jesus nos chama de sal da terra. Ou seja, preciso levar tempero, o tempero da justiça, o sabor da dignidade. Entro para exercer a boa profecia e desmascarar as quadrilhas. Se é para entrar na Alerj, é para levar tempero.

O seu partido, o PSOL, defende bandeiras não muito populares entre evangélicos, como a legalização das drogas e do aborto. Qual é a sua posição sobre esses temas? O fato de eu ser favorável à legalização do aborto não significa que eu estimule a prática. A questão é que a criminalização do aborto não reduz o número de abortos e causa a morte de mulheres. É pela vida que precisamos de uma nova política de legalização. Com relação à legalização das drogas, o pensamento é semelhante. A política de guerra às drogas no Brasil é uma carnificina. Morre muito mais gente de tiro do que de overdose. Fruto dessa política.

Publicado em VEJA de 31 de janeiro de 2018, edição nº 2567

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