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O atropelo da intolerância

Tensões raciais nos EUA vêm se acumulando desde a campanha vitoriosa de Donald Trump. Em agosto, elas culminaram em ações violentas

Por Duda Teixeira Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 dez 2017, 06h00 • Atualizado em 4 jun 2024, 16h55
  • “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem ou sua religião. Para odiarem, as pessoas precisam aprender, e, se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar.” A frase, do sul-africano Nelson Mandela (1918-2013), foi publicada pelo ex-presidente Barack Obama nas redes sociais e tornou-se a mensagem mais curtida na história do Twitter. O convite à tolerância feito por Obama foi a antítese de tudo o que se transmitiu a partir da Casa Branca ao longo do ano a respeito das tensões raciais que vêm se acumulando desde a campanha vitoriosa de Donald Trump, em 2016. Em agosto, elas culminaram em ações violentas. Na pequena cidade de Charlottesville, no Estado da Virgínia, 500 radicais de direita de várias cidades americanas fizeram uma passeata contra a retirada de uma das estátuas de Robert E. Lee, um general que liderou as tropas do Sul na Guerra de Secessão (1861-1865). Carregando tochas, eles entoavam frases como “Judeus, vocês não vão nos substituir” e “A vida dos brancos importa”, contrapondo-se à bandeira que defende a vida dos negros. No dia seguinte, durante um protesto contra os extremistas no centro da cidade, um jovem de 20 anos, James Fields Junior, jogou seu carro contra os manifestantes. Uma mulher morreu e dezenove pessoas ficaram feridas.

    A respeito das estátuas de Lee, os supremacistas (como são chamados, nos Estados Unidos, os que acreditam na superioridade racial dos brancos) argumentaram que um povo tem o direito de recordar seu passado. Para eles, a retirada da estátua é um tipo de censura. O princípio da liberdade de expressão, nos Estados Unidos, permite até que um indivíduo se declare nazista e racista sem ser punido. Por outro lado, o passado é sempre interpretado pelas lentes do presente, e as imagens de Lee foram espalhadas pelos estados do Sul após o fim da escravidão, quando políticos locais impuseram as leis segregacionistas que vigoraram até 1965. Que existam cidadãos empenhados em defender símbolos da intolerância não é tão preocupante. Preocupante mesmo é que se sintam cada vez mais à vontade para recorrer à violência em nome deles.

    Publicado em VEJA de 27 de dezembro de 2017, edição nº 2562

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