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Num piscar de olhos

Desatenção ao sol nas pálpebras pode ser o ponto de partida do grande número de casos silenciosos e potencialmente agressivos de câncer de pele

Por Thaís Botelho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 fev 2018, 15h18 - Publicado em 23 fev 2018, 06h00

Uma das raras verdades absolutas da medicina informa que a exposição ao sol sem proteção é a principal causa do câncer de pele. A doença atinge pouco mais de 160 000 pessoas por ano no Brasil. Um novo dado divulgado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia chama atenção para uma constatação inédita: 10% dos cânceres de pele nascem nas pálpebras, apesar de essa ser uma pequena área do rosto.

O motivo? É a parte mais descuidada por mulheres e homens na hora de passar um protetor solar. O descuido é universal. Acontece tanto em países tropicais, mais ensolarados, quanto em nações do Hemisfério Norte, de acordo com um recente estudo internacional. Pesquisadores da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, pediram a 57 adultos que passassem filtro solar no rosto, sem dar nenhuma orientação complementar. Imagens posteriores, realizadas com câmeras sensíveis aos raios do sol, mostraram que as pálpebras eram duas vezes mais negligenciadas em relação ao resto da face. Pouco tempo depois, os participantes repetiram o experimento, mas dessa vez receberam a informação de que deveriam usar o filtro de modo equilibrado, cobrindo tudo o que fosse possível cobrir. Ainda assim, as pálpebras ficaram escanteadas. Diz a dermatologista Thais Pepe, da Sociedade Brasileira de Dermatologia: “Tal resistência é causada por hábitos aparentemente simples de ser combatidos, como o medo de contaminar os olhos com o filtro, ou porque as pessoas não se dão conta de que é preciso fechá-los para aplicar o produto”.

Com 30 milímetros de largura e cerca de 1,5 milímetro de espessura, a pele das pálpebras é uma das áreas mais delicadas do corpo, perdendo apenas para as laterais dos olhos. Tamanha fragilidade a torna extremamente vulnerável à ação solar. A melhor opção de proteção é o bloqueador solar, o chamado filtro físico, de textura grossa. Ele forma uma barreira que reflete os raios, impedindo sua penetração. É o tipo de produto recomendado para os bebês e surfistas, por exemplo.

A quantidade aplicada tem de ser abundante, equivalente a uma colher de chá cheia para cada pálpebra. Proteger-se apenas com chapéu ajuda, mas não basta. Os melhores, feitos com tecido sintético, escuro e com trama apertada, bloqueiam apenas 50% da radiação solar. Os óculos produzidos com lentes antir­raios ultravioleta também não protegem totalmente. Seu uso deve estar associado ao do chapéu.

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O hábito de proteger a pele ainda é pouco disseminado no Brasil. Sete em cada dez adultos não usam protetor. As mulheres são mais cuidadosas que os homens, devido à preocupação com as marcas do envelhecimento causadas pelo sol, como manchas e rugas — não propriamente pelo perigo do câncer. Os homens, por isso, são os que correm maior risco de morrer em razão da doença. O uso de protetor solar nos primeiros dezoito anos de vida pode reduzir em até 80% a probabilidade de desenvolvimento de câncer de pele na idade adulta.

Publicado em VEJA de 28 de fevereiro de 2018, edição nº 2571

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