

Senhoras e senhores, com vocês a história de um mágico americano, o incrível , que tinha em vida uma obsessão: desmascarar os chamados fenômenos sobrenaturais, como o de ver fantasmas, curar pela mente ou simplesmente fingir surpresa com adivinhações, tudo aquilo que ele resumia numa única palavra —charlatanismo. Em parceria com o divulgador científico Carl Sagan (1934-1996), ele lançou, em 1987, um manual contra as falsas promessas — The Faith Healers, ou curandeiros da fé, em tradução livre para o português. Tudo aquilo que soava improvável, muito antes das fake news, era alvo de Randi.
Ficou famoso seu duelo com um ocultista israelense de sucesso nos anos 1970 em programas de TV: Uri Geller, aquele que gostava de entortar colheres com o poder do pensamento. De comum acordo com o apresentador de um talk show, que convidara Geller, Randi sugeriu que os talheres fossem trocados sem conhecimento do ilusionista. Geller fracassou e Randi ganhou as manchetes — porém, devido à postura desmancha-prazeres de Randi, ele foi empurrado para o pé de página da história. Uri Geller, apesar da esperteza, é quem nunca mais foi esquecido. Randi tinha 92 anos. Morreu na Flórida, de causas não reveladas, em 20 de outubro.
O criador da nova Samsung

Fundada como uma singela mercearia durante a II Guerra, a sul-coreana Samsung cresceu com a má fama de produzir aparelhos televisores ruins e fornos micro-ondas frágeis — até 1987, quando Lee Kun-hee, filho do dono, assumiu o controle das operações. Dali para a frente, durante três décadas, foram dados saltos de qualidade e vendas. Nos anos 1990, a Samsung lidou com semicondutores e processadores de computador, enveredou para as TVs de telas planas e, finalmente, nos anos 2000, cresceu no mercado de smartphones, como contraponto ao domínio da Apple. A empresa é hoje a locomotiva da economia sul-coreana (responde por 21% do PIB do país) e virou sinônimo de inovação. O caminho para a expansão, contudo, foi acidentado. Em 1996, Lee foi acusado de corrupção, ao tentar comprar apoio a seus negócios do presidente da República. Foi perdoado, mas voltaria a ser chamado a depor no ruidoso episódio de confirmação da cidade montanhosa e nevada de Pyeongchang como sede da Olimpíada de Inverno de 2018. Escapou novamente. Lee tinha 78 anos. Morreu em Seul, em 25 de outubro, depois de uma sequência de problemas cardíacos.
Publicado em VEJA de 4 de novembro de 2020, edição nº 2711