Leitor
"Será que a CIA está produzindo relatórios do que aconteceu e acontece em Guantánamo?", escreveu Luiz Antonio Vilas Boas, de Poços de Caldas, MG
Diante das dificuldades de distribuição da revista decorrentes da greve dos caminhoneiros, VEJA, em respeito aos seus assinantes, está abrindo seu conteúdo integral on-line.
Assuntos mais comentados
- O casamento real de Harry e Meghan (capa)
- Ernesto Geisel e os assassinatos no regime militar
- Vahan Agopyan (Entrevista)
- Artigo “Sombras de maio”, de Roberto Pompeu de Toledo
- As crianças e a crise humanitária da Venezuela
Casamento real
Boa a reportagem “De cara com a realidade” (23 de maio), sobre o casamento real de Harry e Meghan. Real no sentido de verdadeiro, porque os noivos parecem estar apaixonados mesmo. Adorei o misto de glamour anacrônico com a força do amor!
Ana Magdala
Rio de Janeiro, RJ
Leve, enxuta e esclarecedora, a reportagem ainda garante uma leitura bem agradável. O rápido raio-X dos casamentos reais por Raquel Carneiro e Lizia Bydlowski, com foco nas bodas de Harry e Meghan, termina com um apropriado resumo da ópera, quando é lembrado que a monarquia britânica muda para que tudo permaneça igual.
José Farid Zaine
Limeira, SP
Dizem que toda feminista deixa de sê-lo ao encontrar um príncipe encantado. A nova cara do feminismo: vestido branco, casamento religioso, conversão à religião do marido, patriarcado, monarquia, mulher abandonando a carreira. Além do mais, a plebeia Meghan Markle terá de cumprir algumas regras, como andar dois passos atrás do príncipe, que é um sinal de respeito às tradições, e não poderá expressar opiniões. Será proibida de segurar cartaz pró-aborto e nada de camiseta do Che Guevara no Natal. As mulheres devem ser livres para fazer suas escolhas, e isso inclui o casamento e a maternidade.
Valdomiro Nenevê
São José dos Pinhais, PR
A chamada da capa da edição 2583 nas bancas e no Facebook está perfeita: “Tanta coisa acontecendo e VEJA sai com esta capa?”. Parabéns ao profissional que a idealizou!
Dazilia Maria Araujo Ribeiro
Vitória, ES
O Brasil em plena guerra civil, com cidades dominadas pela violência, e a revista nos brinda com um casamento que, pelo visto, deve interessar muito ao povo brasileiro. Por que a revista não aproveitou para convidar o casal a passar a lua de mel no Brasil? Que absurdo!
Luciano Vettorazzo
São José do Rio Preto, SP
Ditadura militar
Qual não foi minha emoção ao dar de cara com a reportagem “O porão ficava em Brasília” (23 de maio). É que descortinei na foto de alguns dos assassinados pela ditadura, abaixo à direita, com o número 5205 ao peito, o meu amigo e contemporâneo na Casa do Estudante em Natal, na década de 60, Emmanuel Bezerra dos Santos. Ele foi trucidado nos porões do DOI-Codi em São Paulo, em setembro de 1973. Na época, o Exército publicou uma mentirosa nota, dando conta de que ele havia sido morto numa troca de tiros com a polícia em São Paulo. Na gestão de Luiza Erundina como prefeita da capital paulista, a ossada de Emmanuel foi descoberta no Cemitério Campo Grande e identificada. Os restos mortais foram trasladados para o Rio Grande do Norte.
Alberto de Sousa Bezerril
Natal, RN
Será que a CIA está produzindo relatórios do que aconteceu e acontece em Guantánamo?
Luiz Antonio Vilas Boas
Poços de Caldas, MG
Ao terminar de ler a reportagem sobre a ditadura, eu me perguntei qual regime torturou e matou mais inocentes. O regime militar ou a chamada “elite” do “regime do Estado democrático” que lhe sucedeu, por meio dos corruptos gananciosos que desviaram bilhões da saúde, da infraestrutura, da segurança e da educação, em uma velada tortura?
Maria do Rocio de Pinho Teixeira
Curitiba, PR
Tenho 72 anos e nunca tive problema com o regime militar. Quem teve problemas é a maioria dos políticos que está aí roubando os brasileiros. Naquela época havia uma guerra de terroristas contra militares, e numa guerra morrem guerreiros dos dois lados. Cadê os relatórios dos militares que morreram também?
Atarcisio O. Pena
Belo Horizonte (MG), via smartphone
Vahan Agopyan
O reitor da USP, Vahan Agopyan, concedeu ótima entrevista a VEJA (“Um passo decisivo”, 23 de maio). Infelizmente, no quesito “cotas”, talvez para não ser tachado de preconceituoso, incorreu em algumas contradições. Diz que a inclusão (de cotas) não seria um obstáculo à qualidade, criando um grupo à parte, que não conseguiria acompanhar o restante da turma. Adiante menciona que a USP oferece cursos de reforço para os cotistas, mesmo afirmando que os cotistas são bons alunos. Os gastos subiram não só devido a acomodações e restaurantes, que sempre existiram, mas principalmente devido a esses reforços. A alternativa a cotas seria o trabalho hercúleo de melhorar o ensino básico público, como era no tempo em que me formei na engenharia da EESC-USP, em 1965. Mas, nas cotas, tudo se resolve com uma simples canetada.
Oscar de Almeida Prado Junior
Santa Rita do Passa Quatro, SP
A entrevista com o reitor da USP revela uma contradição inconciliável entre o “politicamente correto” da inclusão pelo sistema de cotas (em que, às vezes, é necessário complementar a “base mais fraca” deles, “especialmente em português e na matemática”) e o objetivo de “rastrear os melhores estudantes”, ao atrair talentos do Brasil inteiro pelo Enem e pelo nosso “disputadíssimo” vestibular (Fuvest). Lamentável!
Décio Antônio Damin
Porto Alegre, RS
Roberto Pompeu de Toledo
O artigo “Sombras de maio” (23 de maio) me fez ler e reler, pois é jornalismo e obra de arte. Sobretudo, trouxe uma contundente informação do momento mais crítico da nossa história política. Que tenhamos muito zelo na escolha dos deputados. Que sejam pessoas sérias. Estou repassando o texto para todos que conheço. Grande contribuição ao país o texto de Pompeu.
Pedro Marcelo Neiva Pinheiro
Goiânia (GO), via smartphone
Lava-Jato
Com relação à reportagem “O poder e o despudor” (23 de maio), venho esclarecer alguns pontos que considero imprescindíveis. Durante os três anos em que tive oportunidade de atuar no Ministério da Agricultura, foram mais de dezoito países visitados, e nessas missões que promovemos, enquanto órgão do governo, uma média de trinta executivos brasileiros integrava a comitiva a fim de promover o setor. Fazia parte da nossa política de relações do ministério registrar as audiências e, sob demanda, encaminhar fotos, textos e áudios às devidas assessorias. Devo ter registrado, nesse período, mais de 20 000 fotos, como pode ser facilmente comprovado numa pesquisa ao site oficial. Minha indicação ao ministério se deu pela Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), sem nenhum vínculo direto com partidos. Reitero que nunca pedi e jamais recebi vantagem alguma no exercício do cargo. À frente do Mapa defendi uma política agrícola para o Brasil, buscando fortalecer e abrir o mercado brasileiro. Lamento apenas que este veículo tão conceituado não tenha feito contato prévio comigo antes da publicação da referida matéria.
Neri Geller
Ex-ministro da Agricultura
Por e-mail
Publicado em VEJA de 30 de maio de 2018, edição nº 2584