Gretchen: “Eu quebrei a internet”
A cantora reapareceu com tudo em uma participação especial no clipe Swish Swish, da americana Katy Perry
Como a senhora foi parar no clipe de Katy Perry? Tudo começou com a Nicki Minaj, que mostrou meus memes e vídeos à Katy. As duas ficaram encantadas comigo.
Como foi a gravação? Gravei como se estivesse no meu show, fazendo minhas coisas como sempre faço, sem afetação. Achei o vídeo de muito bom gosto. A única recomendação que recebi da Katy era para que fosse eu mesma, a Gretchen que o Brasil inteiro ama.
O vídeo ultrapassou 12 milhões de visualizações em três dias. Esperava essa marca? Eu disse à Katy que a gente ia bombar no Brasil. Como meu nome faz sucesso na internet e meus fãs são os mesmos que os dela, eu sabia que teria repercussão, mas não desse tamanho. Eu realmente quebrei a internet.
A senhora é conhecida como “rainha dos memes”. Gosta do título? Gosto tanto que mandei fazer um sapato com a frase “rainha dos gifs”. Aliás, são dois — em um está escrito “rainha da internet” e no outro, “rainha dos gifs”.
Por que acha que as pessoas criam tantos memes e gifs com sua imagem? Minhas expressões são muito fortes. Também sou muito reconhecida por falar o que penso. Sou assim desde novinha. Se eu falava assim com meu pai, imagine com as outras pessoas! Levava cada cintada e castigo por causa disso, mas não deixava de falar. Ainda respondia: “Pode me bater. Pelo menos estou fazendo o que eu quero”. Todo mundo gosta de ser sincero. Acho que as pessoas só não têm coragem. E isso não falta em mim. Sou e me sinto uma mulher muito corajosa.
Em 2011, a senhora apareceu trabalhando em uma rede de cafés nos Estados Unidos. Como foi isso? Queria passar um tempo por lá, com meus filhos. Eu tinha dinheiro em conta. Não é verdade que passei por dificuldades financeiras, como disseram. Fui trabalhar no café porque queria ocupar meu tempo. Pedi emprego a um amigo. Não aguentaria passar meus dias só na academia.
Como voltar para a vida tranquila de aposentada, depois desse barulho? Não penso em recomeçar minha carreira. Fui a pioneira nesse negócio de dançar, cantar e rebolar ao mesmo tempo. Embora haja muita mulher- bumbum, não há alguém que vá me substituir. Vou fazer 60 anos muito feliz do jeito que estou. Mas me aguarde porque virão novidades, assim que eu voltar para minha casinha na França.
A senhora mora na França? Sim, no município de Roquebrune-Cap-Martin, no sul, ao lado de Mônaco. Minha vida é cuidar da minha casa, dos meus filhos e do meu marido. Também faço curso de francês, uma língua incrível. Não tenho nenhuma vontade de sair de lá. Eu me acostumei com a cultura, as pessoas e a vida europeia. Meu próximo passo é fazer faculdade de jornalismo na França. Quero ser jornalista. Não sei com quantos anos, mas quero ser.
Publicado em VEJA de 12 de julho de 2017, edição nº 2538