
Morreram
Carlos Alberto “Caó” de Oliveira, jornalista e advogado baiano, ex-deputado federal (PDT-RJ), autor da lei que tornou crime o preconceito racial. Nascido em Salvador, formou-se em direito na UFRJ. Em 1971, já morando no Rio, ingressou no Jornal do Brasil, do qual foi editor de economia. Eleito para a Câmara em 1982, licenciou-se a fim de assumir a Secretaria do Trabalho no governo de Leonel Brizola (1922-2004). Após retornar ao Congresso, integrou a Assembleia Nacional Constituinte e foi responsável pelo inciso XLII do artigo 5º, segundo o qual “racismo constitui crime inafiançável e imprescritível”. Um ano depois, criou a Lei Caó, que determina a prisão para o crime de discriminação de raça ou cor. Dia 4, aos 76 anos, de causas não divulgadas, no Rio de Janeiro.

Julio Ribeiro, publicitário paulistano, fundador da agência Talent (hoje Talent Marcel). Estreou na carreira em 1958, na McCann Erickson. Com a Talent, aberta em 1980, emplacou uma série de campanhas de sucesso, que consagraram jargões como “Pergunta lá no posto Ipiranga”, “Não é assim uma Brastemp” e “Bonita camisa, Fernandinho”. Em 2010, a Talent foi vendida ao Publicis Groupe, da França. Dia 2, aos 84 anos, em consequência de um AVC, em São Paulo.

Oswaldo Loureiro, ator e diretor carioca, que atuou em 140 peças, 33 filmes e mais de vinte telenovelas. Estreou nos palcos em 1955, em uma montagem de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues. No cinema, fez O Beijo no Asfalto (1981), de Bruno Barreto, e na TV participou de novelas da Globo de grande audiência, como Roque Santeiro (1985). Loureiro sofria de Alzheimer. Dia 3, aos 85 anos, em decorrência de uma parada cardíaca, em São Paulo.
Thomas Cohn, galerista e colecionador de arte alemão de origem judaica. Nascido em Beuthen, fugiu do nazismo com a família durante a II Guerra, instalando-se primeiro no Uruguai e depois no Rio, onde, em 1983, abriu uma galeria com seu nome. O local logo se tornaria referência, ao apostar em novos artistas como Beatriz Milhazes, Leda Catunda, Daniel Senise e Leonilson, que integravam aquela que seria chamada de Geração 80. Dia 5, aos 83 anos, vítima de um câncer no intestino descoberto em 2017, em São Paulo.
Nestor Schor, médico paulistano, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia e do Congresso Mundial de Nefrologia. Respeitado internacionalmente — foi membro do conselho editorial de mais de quarenta periódicos científicos —, era celebrado pela excelência de suas aulas na Escola Paulista de Medicina e pelo humor sempre agudo e inteligente — “pangaré” era o modo como se referia aos pacientes de quem tratava. Dia 3, aos 71 anos, de infarto, em São Paulo.
Publicado em VEJA de 14 de fevereiro de 2018, edição nº 2569