Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Como vai o presidente

Temer é acometido por uma infecção urinária depois de três internações em três meses e sua saúde vira alvo de especulações em Brasília

Por Natalia Cuminale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 jan 2018, 15h23 - Publicado em 5 jan 2018, 06h00

O ano-novo trouxe algumas preocupações, e muitas especulações, em torno da saúde do presidente Michel Temer, que completou 77 anos em setembro. Um dia depois do Natal, ele se sentiu mal e teve febre. Exames detectaram uma infecção urinária, e o diag­nóstico aumentou a força dos boa­tos sobre sua condição supostamente frágil. Em Brasília, especula-se sobre a gravidade dos problemas e chegou-se a cogitar, no Congresso, a necessidade de Temer afastar-se do cargo para cuidar da saúde — o que, no caso de um presidente sem vice, é sempre um ponto de tensão política. Mas, considerando seu estado até agora, é possível afirmar: são apenas boatos. Temer, inclusive, se deixou fotografar em caminhada matinal na quinta-feira para afastar os rumores.

A infecção urinária é um problema comum no contexto das recentes intervenções pelas quais o presidente passou. Para combatê-la, os médicos prescreveram injeções diárias de um novo antibiótico e reforçaram a indicação de repouso. Em Brasília, a equipe médica que normalmente faz plantão no Palácio do Planalto tem se desdobrado em escalas especiais para visitar o presidente no Palácio do Jaburu mais de uma vez por dia. Pessoas próximas a Temer afirmam que ele se sente disposto — melhor, ao menos, do que se sentia em outubro, quando foi parar na emergência do Hospital do Exército, em Brasília, com sangramento e dificuldade para urinar.

Na ocasião, depois de ir para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, Temer passou pelo primeiro procedimento cirúrgico recente, destinado a remover coágulos sanguíneos que haviam se formado na bexiga e estancar o sangramento. Foram feitas também biópsias da próstata e da bexiga para descartar a hipótese de tumores malignos. Ambas resultaram negativas. O presidente ficou internado e recebeu alta com o quadro controlado.

Em novembro, no entanto, quase um mês depois, ele retornou ao Sírio­-Libanês, dessa vez para a colocação de stents — nada a ver, portanto, com o problema urinário. O stent, pequena estrutura introduzida via cateterismo, tem a função de ajudar a liberar o fluxo sanguíneo em artérias obstruídas por placas de gordura — um problema comum em pacientes mais velhos.

Em dezembro, nova internação. Temer voltou a se queixar de desconforto urinário e foi submetido a uma pequena intervenção para a desobstrução da uretra e colocação de sonda. Como essa sonda agora teve de ser retirada por causa da infecção urinária, a dilatação da uretra será feita ambulatorialmente ou em casa, uma vez por semana, durante dois meses. O procedimento, que exige anestesia local, consiste na inserção de um tubinho de plástico no canal da uretra de modo que ele não sofra um novo estreitamento.

Continua após a publicidade

O episódio atual é mais um capítulo de problemas recorrentes que podem ter tido início seis anos atrás, quando Temer foi submetido a uma cirurgia de próstata para tratar o quadro de crescimento benigno da glândula. Embora o procedimento tenha tido resultados satisfatórios, provocou o estreitamento do canal uretral, razão dos problemas atuais. A uretra é um órgão tubular, parte do sistema urinário. É comum que traumas ou cirurgias na região provoquem um tipo de cicatriz chamada de fibrose, capaz de diminuir o calibre do canal. Até outubro, o desconforto era considerado suportável pelo presidente.

Neste fim de ano, seguindo as ordens de diminuir o ritmo, Temer não viajou e passou as festas no Palácio do Jaburu, acompanhado da família. Na terça 2, o primeiro dia útil do ano, despachou de lá. Na quarta, foi ao gabinete, mas voltou um pouco mais cedo. A todos que o abordam promete que, desta vez, obedecerá à risca ao comando de repouso. Era o que ele deveria ter feito após a cirurgia para a desobstrução da uretra, em dezembro. Em vez disso, porém, enfrentou uma pesada agenda de compromissos. Agora, diante do novo quadro, o presidente cancelou o giro que iniciaria nesta semana pela Ásia. Ainda não descartou, no entanto, a possibilidade de viajar daqui a duas semanas para o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

Publicado em VEJA de 10 de janeiro de 2018, edição nº 2564

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.