Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Carta ao Leitor: Redes de intrigas

É impossível fugir da questão sobre o lado nefasto que as grandes empresas de tecnologia exercem na vida de bilhões de pessoas em todo o planeta

Por Da Redação Atualizado em 4 jun 2024, 15h15 - Publicado em 25 set 2020, 06h00

Poucos hábitos se tornaram tão emblemáticos de nossos tempos como a navegação pelas redes sociais. Para muitos, o dia não começa sem uma conferida nas postagens do Twitter, uma passada pelo Facebook, uma checada nas curtidas do Instagram e a visualização de um vídeo no YouTube. Ao longo das horas, os acessos vão se sucedendo para terminar com o celular depositado ao lado da cama, muitas vezes de madrugada. Empresas como Facebook, Twitter, Alphabet (a companhia-mãe do Google e do YouTube), entre outras, se tornaram colossos comerciais com sua fenomenal capacidade de hipnotizar internautas de todas as idades, que simplesmente não conseguem viver sem clicar e deslizar os dedos nas telinhas dos smartphones, a intervalos de tempo cada vez mais reduzidos.

Se no nascedouro o forte de tais empresas eram as possibilidades quase infinitas de conexão e interação entre as pessoas, hoje elas ganham dinheiro (em quantidades estrondosas) com sua habilidade de entregar anúncios, produtos e serviços com a mais absoluta precisão. Isso porque usam justamente os dados coletados provenientes da navegação de usuários para entender o que eles fazem, desejam, temem e rejeitam. Tudo a partir da crescente sofisticação com que os algoritmos são capazes de prever comportamentos e, como consequência, influenciá-los. Em meio a prosaicas conversas com amigos e parentes e alguns temas interessantes, fomentam-se também boatos, padrões de beleza e estilo de vida inatingíveis, fake news, discursos de ódio e teorias delirantes como terraplanismo. Dessa cacofonia brotam fenômenos como a eleição do presidente americano Donald Trump, a saída do Reino Unido da União Europeia (o Brexit) e a ascensão de Jair Bolsonaro ao poder no Brasil, todos fortemente enraizados nas redes sociais.

A discussão da influência das redes em nossa vida tem sido alvo de livros, filmes, conferências e até convocações para esclarecimentos no Congresso americano. Entretanto, o debate alcançou um patamar inédito com a estreia do documentário O Dilema das Redes na plataforma de streaming Netflix, há duas semanas. Por meio de uma sucessão de depoimentos de ex-funcionários de empresas como Google, Instagram, Pinterest e Twitter, entre outras, revelam-se em detalhes as estratégias para manter as pessoas cada vez mais conectadas às redes sociais. São mostrados, por exemplo, os recursos emprestados da psicologia e da neurociência para o desenvolvimento das interfaces entre a plataforma e o usuário e a forma como as empresas se valem dos dados de navegação. A partir da página 60 desta edição, VEJA traz uma reportagem sobre o filme e entrevistas exclusivas com o diretor Jeff Orlowski e o designer Tristan Harris, ex-funcionário do Google e um dos principais personagens na produção. Cabe ressaltar que as redes sociais são parte inseparável da vida moderna e trouxeram grandes benefícios desde que surgiram. Mas é impossível fugir da questão sobre o lado nefasto que exercem na vida de bilhões de pessoas em todo o planeta.

Publicado em VEJA de 30 de setembro de 2020, edição nº 2706

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

3 meses por 12,00
(equivalente a 4,00/mês)

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.