Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

A cor do DNA

Estudo conclui que os mesmos genes relacionados à pigmentação da pele estão presentes em brancos e negros, provando que só há uma “raça” — a humana

Por André Lopes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 20h34 - Publicado em 20 out 2017, 06h00

Não deixa de ser surpreendente que, em pleno século XXI, a cor da pele siga representando o que muitos consideram as diferentes “raças” — um conceito que dá margem às ondas de racismo que explodem de vez em quando. As teorias da genética há muito se empenham em contestar a ideia de que a cor da pele equivale à diferença racial, mas até agora não havia uma prova cabal. No último dia 12 de outubro, no entanto, pesquisadores da Universidade da Pensilvânia (EUA) divulgaram, na prestigiada revista científica Science, constatações que finalmente ratificam as teses dos geneticistas modernos.

Ao analisarem o genoma de 1 570 africanos, cruzando-o com dados coletados de grupos europeus, os estudiosos concluíram que ambos os povos, o africano e o europeu, compartilham traços do DNA que tanto podem deixar a pele mais clara como mais escura. Em outras palavras, existem indivíduos de etnia branca com genes que tornam a cútis um pouco escura, e vice-versa. Além disso, esses genes teriam surgido na África há 900 000 anos, centenas de milênios antes de nossos antepassados mais próximos aparecerem por lá. Assim, prova-se, cientificamente, que pertencemos todos, negros e brancos, a uma mesma “raça”, diferenciando-nos por variações culturais, econômicas e sociais. E nada além disso.

“Quando se raspa o pelo de um chimpanzé, vê-se a pigmentação branca. Faz sentido que a cor dos antepassados do Homo sapiens tenha sido clara”, diz a geneticista americana Sarah Tishkoff, chefe da pesquisa. “É provável que, quando perdemos os pelos do corpo e nos mudamos das florestas para a savana, passamos a precisar de uma pele escura, resistente a raios solares. Daí que nos diferenciamos pela cor.”

A equipe de Sarah, entretanto, destaca que isso não pode ser visto de forma simplista. Uma extraordinária paleta de cores foi surgindo da mistura das etnias. Esse seria o motivo pelo qual as oito alterações genéticas identificadas com a cor da pele se mostraram presentes tanto em africanos como em europeus. Para a genética contemporânea, separar humanos de acordo com a cor da cútis seria o mesmo que dividi-los segundo a altura, definindo a partir daí a “raça” dos mais baixos e a “raça” dos mais altos.

Publicado em VEJA de 25 de outubro de 2017, edição nº 2553

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.