Religião

Igreja da Inglaterra recusa pedidos para hóstia sem glúten e vinho sem álcool

Fieis pediram por alternativas na Eucaristia, mas Sínodo afirma que é possível participar dos ritos de outras maneiras

Por André Sollitto SEGUIR SEGUINDO 10 fev 2025, 19h27

O vinho e a hóstia, símbolos da Eucaristia (Avalon Studio/Getty Images)

Para os cristãos, o rito da eucaristia foi instituído por Jesus Cristo na Última Ceia, que repartiu o pão e o vinho entre seus apóstolos e pediu que aquele gesto fosse repetido como forma de simbolizar seu sacrifício, morte e ressurreição. Apesar de sua importância, o rito vem sendo considerado “excludente” para uma parcela dos fieis. Grupos pediram à Igreja da Inglaterra que ofereça alternativas para aqueles que não consomem álcool ou têm dietas restritivas. Mas a resposta foi negativa.

Antes do Sínodo, assembleia eclesiástica realizada para discutir temas relacionados aos ritos, membros da Igreja da Inglaterra, matriz principal da atual Comunhão Anglicana internacional, discutiram a possibilidade de usar vinhos sem álcool e hóstias feitas com arroz, tapioca ou outros ingredientes. A mudança, no entanto, foi considerada impossível.

As leis canônicas da Igreja da Inglaterra determinam que o pão usado para a sagrada comunhão deve ser da “melhor e mais pura farinha de trigo que se possa obter convenientemente, e o vinho do suco fermentado da uva, bom e saudável”.

A posição oficial do sínodo reconhece que o rito convencional pode causar certas dificuldades para aqueles que sofrem de alcoolismo ou doença celíaca, mas que usar vinho sem álcool seria contrário às leis da Igreja porque os efeitos da fermentação seriam “anulados” no processo e que hóstias alternativas, feitas com farinha de batata, por exemplo, não poderiam ser consideradas “pães” justamente pela falta de trigo.

Michael Ipgrave, bispo de Lichfield e presidente da comissão litúrgica da igreja, afirmou que os fieis podem participar de outras formas. Mesmo aqueles que não podem receber fisicamente o sacramento devem ter a certeza de que são participantes pela fé do corpo e do sangue de Cristo e dos benefícios que ele nos transmite por meio deles”, disse ele, de acordo com o jornal inglês The Guardian.