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Vice de Serra estreia com artilharia contra PT e Haddad

Em sintonia com o tucano, Alexandre Schneider acusou Haddad de mentir sobre verba para construção de creches em São Paulo e disse que Marta Suplicy deixou caos na rede municipal de ensino

Por Carolina Freitas
2 jul 2012, 17h33

“A questão das creches parece a do Enem, em que a culpa primeiro é da gráfica, depois da escola. A gente precisa ter responsabilidade quando ocupa um cargo público”, Alexandre Schneider, vice de Serra

O ex-secretário municipal da Educação Alexandre Schneider estreou nesta segunda-feira no posto de candidato a vice na chapa de José Serra. E mostrou a que veio: desferiu críticas à gestão do PT em São Paulo e ao candidato petista, Fernando Haddad. Homem de confiança do tucano, Schneider estava confortável e tranquilo ao conceder entrevista coletiva de 40 minutos ao lado de um atento José Serra – que frequentemente lhe soprava complementos para as respostas. Além de afagar o PSD, aliado de primeira hora do tucano na cidade, a escolha de Schneider foi feita pessoalmente por Serra, que levou em conta, sobretudo, a experiência do vice na área da Educação. Haddad foi ministro da pasta e Gabriel Chalita (PMDB), secretário estadual. Por causa dessa confluência, a educação vai figurar no centro do debate eleitoral deste ano. “Não há nada de novo neste pleito. São os mesmos grupos que disputam a eleição em São Paulo. Está na hora de a gente comparar o que cada um já fez pela cidade”, disse Schneider. O vice narrou um cenário de escolas de lata, greve de professores e obras paradas por falta de pagamento herdado pela gestão Serra ao fim do governo Marta Suplicy (PT). “Tinha escola de faz de conta em que a criança ficava por quatro horas. Tanto na pré-escola quanto no Ensino Fundamental, o PT aumentou o número de escolas com três turnos, com carga horária reduzida”, afirmou. “Em 2005, quando nós chegamos, a rede municipal de ensino era um caos. Em quatro anos, a gestão do PT teve quatro secretários da educação. Um deles ficou só um fim de semana. Chegou lá, viu o que ia encarar e resolveu sair correndo.” Creches – Schneider classificou como uma “alegação mentirosa” a afirmação feita por Haddad na semana passada de que São Paulo não foi contemplada pelo programa federal Pró-Infância, do Ministério da Educação, porque não solicitou os recursos. O ex-secretário da Educação disse ter ido em fevereiro de 2011 pessoalmente ao MEC, em Brasília, para pedir a verba para construção de creches. Foi recebido pelo então ministro Haddad e pela secretária Maria Pillar Lacerda. Em seguida, enviou-lhes um ofício com uma relação de 141 terrenos disponíveis para a construção das unidades. O órgão federal só respondeu três meses depois, negando o pedido. “A gente não vai ficar esperando a burocracia ou a morosidade. Temos que atender as crianças. Isso é mais importante que a política”, afirmou Schneider, que afirmou que o novo ministro da Educação, Aloysio Mercadante, atende com mais celeridade pedidos de São Paulo do que Haddad. “A atual secretária municipal teve mais reuniões com o MEC em cinco meses do que nós em seis anos.” Ele comparou ainda a situação com a esfera estadual, onde o governador Geraldo Alckmin liberou verbas para a Educação municipal em noventa dias. “O programa do governo federal é moroso. Em seis anos, prometeu 6.400 unidades e entregou 221. Alguma coisa está errada. Agora o que não dá é para culpar os municípios. Aí é fácil”, afirmou Alexandre Schneider, que lembrou as sucessivas falhas cometidas por Haddad na coordenação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “A questão das creches parece a do Enem, em que a culpa primeiro é da gráfica, depois da escola. A gente precisa ter responsabilidade quando ocupa um cargo público.” Composição – A escolha de Alexandre Schneider para vice de Serra provocou protestos em uma ala do PSDB ligada ao secretário estadual de Energia, José Aníbal. Eles defendiam que o posto fosse ocupado por um tucano, formando uma chapa puro-sangue. Para esse flanco da militância, o PSD de Gilberto Kassab e Schneider já tinha sido contemplado com a formação de uma chapa proporcional de vereadores, em que o PSDB abriu mão de lançar parte de seus candidatos para dar espaço aos pleiteantes à Câmara de partidos aliados. Aníbal chegou a dizer que o PSD era “o cupim” do PSDB. José Serra esquivou-se do fogo amigo e evitou comentar as críticas de tucanos. “Uma vez tomada a decisão, eu comuniquei a Geraldo Alckmin, Júlio Semeghini (presidente municipal do partido) e Pedro Tobias (presidente estadual), que a receberam bem. Não aconteceu nada. Tem muita onda, mas a realidade é assim”, afirmou o candidato. Com discurso ensaiado, Schneider seguiu a mesma linha: “Não há nada a ser pacificado. As pessoas têm direito de ter posições. Eu tenho o DNA do PSDB, participei da campanha e do governo de Mário Covas.” Schneider afirmou ter recebido palavras de estímulo do governador Geraldo Alckmin logo depois de ser anunciado vice. Questionado sobre sua posição no espectro político-ideológico, Schneider mostrou-se um pouco mais decidido do que o fundador do PSD, Gilberto Kassab. “Eu me considero um político de centro. Estou à esquerda de Maluf e à direita do PSOL.” A dupla foi questionada ainda sobre a possibilidade de Schneider ter de assumir a prefeitura no lugar de Serra. “Como o Palmeiras não vai para a Libertadores, não vai ser necessário. Eu estou preparadíssimo para ser vice-prefeito de Serra”, disse Schneider em referência ao time do coração do ex-governador. Serra apressou-se a esclarecer: “Eu tenho boa saúde.” E seguiu com o papo sobre futebol. “Pela segunda vez eu cololquei de vice um corintiano fanático. É um altruísmo que merece ser elogiado.” E a eleição seria motivo suficiente para fazer um palmeirense roxo torcer pelo rival na final da Copa Libertadores, nesta quarta-feira? “Claro”, respondeu Serra. “Sou antes de tudo brasileiro e paulista.”

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