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Vaccarezza não conseguiu justificar R$ 122 mil achados em casa

Ex-deputado federal é investigado pelo recebimento de cerca de 500 mil dólares em propina para intermediar contratos entre empresas e a Petrobras

Por Da Redação
18 ago 2017, 13h19

Em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira, em Curitiba, para explicar as duas novas fases da Operação Lava Jato deflagradas nesta manhã, o delegado Filipe Hille Pace disse que o ex-deputado Cândido Vaccarezza, ex-líder dos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff na Câmara, não conseguiu justificar os 122 mil reais que foram apreendidos em sua casa. “Ele vai tentar [explicar]”, disse o delegado da força-tarefa da Lava Jato.

Vaccarezza foi preso na cidade de São Paulo. Ele é investigado pelo recebimento de cerca de 500 mil dólares em propina. Para a força-tarefa que investiga esquemas de corrupção na Petrobras, entre janeiro de 2010 e março de 2012, o ex-deputado usou a influência decorrente do cargo em favor da contratação da empresa norte-americana Sargeant Marine pela petroleira estatal, o que culminou na celebração de doze contratos, entre 2010 e 2013, no valor de aproximadamente 180 milhões de dólares.

O ex-deputado está sendo transferido para a Superintendência da Polícia Federal de Curitiba. Para se chegar a Vaccarezza, as investigações partiram da colaboração premiada do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. “O esquema de propina e corrupção na Petrobras era partidário, parte do dinheiro ia para partidos políticos como PT, PMDB e PP”, disse o procurador da República Paulo Roberto Galvão, integrante da força-tarefa.

A força-tarefa disse que chamou a atenção não apenas a influência do ex-líder dos governos petistas na indicação de apadrinhados para os cargos, mas também a “pressão” e as retaliações contra funcionários de menor escalão que não eram alinhados ao PT (Partido dos Trabalhadores). “Vários empregados de baixo escalão da Petrobras sabiam da estrutura partidária que abastecia a corrupção”, disse Filipe Hille Pace.

Além de Vaccarezza, foram presos o operador financeiro Henry Hoyer de Carvalho e o ex-gerente da Petrobras Marcio Ache. Eles serão transferidos para a Superintendência da PF em Curitiba.

Dalmo Monteiro, ex-gerente da Petrobras, e Luiz Eduardo Loureiro de Andrade, representante da empresa norte-americana Sargeant Marine, também são alvos de mandados de prisão. Eles estão no exterior e serão notificados para retornar ao Brasil. Outro ex-gerente da Petrobras, Carlos Roberto Martins Barbosa, está hospitalizado e teve o seu mandado de prisão revogado.

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Lava Jato não vai parar

A força-tarefa da Lava Jato garantiu que as investigações continuarão, a despeito da crise financeira que atinge o país. “A Lava jato não parou, não vai parar aqui e vai continuar no Brasil inteiro”, declarou o delegado Igor Romário.

O delegado afirmou que foram deflagradas duas fases simultâneas da Lava Jato devido a uma convergência de vários fatores e à necessidade de otimização dos recursos para reduzir custos. Ele sinalizou que, apesar dessa decisão, não faltam recursos para as investigações.

(Com Estadão Conteúdo)

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