Teve até pão com mortadela no 7 de Setembro em Brasília
Apoiadores do presidente costumam associar o famoso sanduíche à militância paga do PT

Tradicionalmente associado a movimentos de esquerda, o sanduíche de pão com mortadela foi um célebre coadjuvante do desfile de Sete de Setembro nesta quarta-feira, 7, em Brasília. Enquanto apoiadores do presidente Jair Bolsonaro aguardavam a chegada do chefe do Executivo na Esplanada dos Ministérios, onde passa em revista as tropas e acompanha o desfilar de Exército, Marinha e Aeronáutica, alguns deles sucumbiram ao lanche explorado por seguidores do presidente como uma referência à militância do ex-presidente Lula (PT).
Adversários do partido de Lula costumam afirmar que a militância petista só participa dos eventos do ex-presidente quando recebem em troca pão com mortadela. No auge das contestações sobre os gastos da Presidência da República com cartões corporativos, por exemplo, o deputado Eduardo Bolsonaro havia afirmado que “leite condensado não se mistura com pão com mortadela”. Em uma antiga postagem nas redes sociais, o Zero Três também já vinculou o sanduíche ao “apoio a bandido”, em referência ao ex-presidente petista.
Em imagens que circulam neste feriado nas redes sociais, bolsonaristas foram fotografados comendo pão com embutido enquanto esperavam a chegada de autoridades à cerimônia. Um dos manifestantes vestia uma camisa verde com a mensagem “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, slogan que elegeu Bolsonaro presidente em 2018.
Além de celebrar os 200 anos de Independência do país, as manifestações têm também uma forte conotação político-eleitoral. Candidato à reeleição, o atual presidente aposta nesses atos como forma de reverter a desvantagem nas pesquisas de intenção de voto, segundo as quais Lula aparece na liderança. Em outras ocasiões, ele já havia usado as comemorações desta data para atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e alguns ministros e alguns ministros da Corte, a exemplo de Alexandre de Moraes, relator de inquéritos sensíveis à família Bolsonaro.