Talíria Petrone aciona MPF após ofensas de deputado do PL na Câmara
Federação de PSOL e Rede acusa o parlamentar Gilvan Aguiar Costa (PL/ES) de violência política de gênero
A federação entre PSOL e Rede acionou, nesta quarta-feira, 20, o Ministério Público Federal contra o deputado Gilvan Aguiar Costa (PL/ES) por ataques contra a parlamentar Taliria Petrone (PSOL-RJ). Os partidos alegam “violência política de gênero, injúria e difamação”, depois de Gilvan ter associado, durante sessão da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, a psolista ao Comando Vermelho. Na ocasião, a reunião precisou ser interrompida após o bate-boca.
O debate ideológico, entre deputados federais bolsonaristas e de esquerda, escalou depois de Gilvan afirmar que “ali não se defendia bandido”. “Bandido bom é bandido morto”, completou, antes de citar o nome da ex-vereadora Marielle Franco, fora do microfone. A fala gerou revolta em Talíria, que disse a ele para “lavar a boca para falar de Marielle”, ao que o parlamentar respondeu, dizendo que ela “teria relações com o Comando Vermelho”, o que levou à representação no Grupo de Trabalho de Prevenção e Combate à Violência Política de Gênero do MPF.
“O Representado associou a Dep. Talíria Petrone ao Comando Vermelho. Agindo assim, o Representado imputa a parlamentar fato ofensivo à sua reputação, ofendendo sua honra objetiva. É certo que a fala tem aptidão para macular a reputação da vítima, visto que incide sobre a forma como a coletividade a enxerga”, diz trecho do documento.
Os partidos alegam ainda que a conduta do deputado infringiu o Regimento Interno da Câmara, além do Código Penal e do Código Eleitoral. E alegam que ele cometeu os crimes de injúria e difamação. A manifestação teve ao todo, a assinatura de 14 deputados. Gilvan, inclusive, já responde ação penal eleitoral por violência política de gênero praticada contra outra parlamentar do PSOL, Camila Valadão, de 2021, quando os dois eram vereadores.