Suplicy acredita que Lula vai implementar programa de renda mínima
Com 81 anos, o ex-senador prega há três décadas as virtudes do projeto que nunca saiu do papel, inclusive durante os governos petistas
Por décadas, o ex-senador Eduardo Suplicy perambulou pelos gabinetes de Brasília com um livreto debaixo do braço esmiuçando o projeto que institui a Renda Básica de Cidadania. A persistência dele em criar um programa que garantisse aos mais necessitados um benefício permanente era quase folclórica. Apesar de o PT ter ficado quase quinze anos no poder, a ideia do hoje deputado estadual, porém, nunca se concretizou.
No ano passado, em sua cruzada, Suplicy causou um enorme constrangimento no evento que marcou o lançamento do programa de governo do então candidato Lula. Sem ter sido convidado, ele interrompeu a reunião e reclamou que sua proposta não havia sido considerada. O deputado acredita que agora tudo vai ser diferente.
“Ao assinar a MP 1164 que institui o Bolsa Família começamos a ver essa ideia funcionar. O texto diz que o programa é a primeira etapa do processo gradual e progressivo da implementação da universalização da Renda Básica de Cidadania”, comemora.
Suplicy lembra que no seu aniversário de 80 anos, em junho de 2021, Lula assumiu o compromisso. “Ele disse que estava claro para ele que a renda básica era uma necessidade e que se fosse eleito faria de tudo para regulamentar a lei”, ressalta.
No final de abril, o parlamentar esteve em Brasília com o senador Fabiano Contarato (PT-ES), presidente da comissão que analisa a MP do Bolsa Família, para tratar do assunto. “Entendo que essa é a melhor forma para tornar o Renda Básica Universal possível dentro da lei de responsabilidade fiscal. Será um processo gradual iniciado com os mais necessitados”, garantiu. “Estou muito otimista”, diz o ex-senador.