STF ouve ex-comandante da Aeronáutica sobre tentativa de golpe
Um dos chefes das Forças Armadas no fim do governo Bolsonaro, Baptista Júnior presta depoimento nesta quarta no julgamento da trama golpista

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) ouve nesta quarta-feira, 21, o tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Júnior. Ex-comandante da Aeronáutica no fim do governo de Jair Bolsonaro, o militar vai prestar depoimento como testemunha de acusação no julgamento do Supremo sobre a tentativa de golpe. A audiência está prevista para começar a partir das 11h30.
Em depoimentos anteriores à Polícia Federal, Baptista Júnior relatou que Bolsonaro apresentou a ele e aos comandantes das outras forças soluções para reverter a vitória de Lula nas eleições de 2022, afirmou que o então presidente aventou a possibilidade de atentar contra o regime democrático e que ele chegou a afirmar ao ex-capitão que “não aceitaria qualquer tentativa de ruptura institucional para mantê-lo no poder”.
O que disse Freire Gomes?
O STF começou a ouvir na segunda as testemunhas no processo. Um dos primeiros a prestar depoimento foi outro chefe das Forças Armadas no governo Bolsonaro, o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes. O militar confirmou as reuniões de teor golpista convocadas por Bolsonaro, mas irritou Alexandre de Moraes ao não repetir a versão consignada no depoimento colhido pela Polícia Federal em 2024. Para o ministro do STF, o general caiu em contradição ao falar da participação de Almir Garnier, então comandante da Marinha, na trama golpista.
Freire Gomes negou ter ameaçado prender Bolsonaro, caso ele desse a ordem para um golpe de Estado. O relato foi feito justamente por Baptista Júnior. Já o ex-chefe do Exército disse que apenas falou ao então presidente que ele poderia ter problemas na Justiça, caso tentasse dar o golpe.