Stédile sugere reforma agrária com lotes menores e perto de cidades
Líder do MST apresentou a Lula proposta para reduzir módulos de assentamento de 15 para 1 hectare
João Pedro Stédile sugeriu a Lula um novo modelo de reforma agrária. Ao invés de assentamentos no campo, o líder dos sem-terra agora defende a distribuição de pequenos lotes nas cercanias das grandes cidades. A sugestão foi feita diretamente ao presidente da República e ao ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, horas depois dele ter prestado depoimento na CPI do MST, no último dia 15.
Atualmente, os projetos de reforma agrária distribuem lotes de 15 hectares para cada família. Stédile ressalta que módulos de 1 hectare, o equivalente a um campo de futebol, próximos às cidades seriam suficientes para cumprir a função social da terra.
“Aquele lote do Incra, de 15 hectares por família, é uma medida do passado, do tempo da reforma agrária clássica”, disse Stédile. “Agora nós podemos dar um, dois hectares, mas tem que ser próximo da cidade. Aí o sujeito vai ter galinha caipira, vai ter ovo orgânico, vai ter leite, vai ter horta, vai ter frutas e vai ficar muito bem de vida, sem morar lá no fim do mundo”, afirmou.
Grande parte das novas ideias de Stédile sobre reforma agrária foram importadas da China, onde ele esteve na companhia de Lula este ano. Lá, o líder do MST visitou propriedades rurais, fábricas de máquinas agrícolas e de bioinsumos.