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Sob ameaça, Flávio Dino reforçou segurança em temporada no Senado

Ex-ministro da Justiça exerceu mandato por 20 dias e solicitou proteção à Polícia Legislativa

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 Maio 2024, 17h00 - Publicado em 24 fev 2024, 18h58

Antes de assumir o Supremo Tribunal Federal (STF), na última quinta-feira, 22, o ex-ministro da Justiça Flávio Dino exerceu por 20 dias mandato de senador, função para a qual foi eleito em 2022.

Durante a temporada, uma das primeiras medidas de Dino foi solicitar à Polícia Legislativa um reforço em seu esquema de segurança pessoal – e foi prontamente atendido.

O pedido veio amparado em uma informação preocupante. Em setembro do ano passado, a inteligência da Polícia Penal Federal identificou que a cúpula do Ministério da Justiça, à época comandado por Dino, seria um dos alvos de um atentado orquestrado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). O alerta foi encaminhado à Polícia Federal, ao então ministro Flávio Dino e aos secretários do órgão. A ordem geral foi para que todos se protegessem.

Conforme mostra reportagem de VEJA desta edição, membros dos três poderes tiveram de alterar suas rotinas, redobrar os cuidados e reforçar os esquemas de segurança depois que setores de inteligência e o Ministério Público de São Paulo colheram indícios de que a facção criminosa estaria levando a cabo um plano para sequestrar e atacar autoridades em troca da libertação do líder Marcos Camacho, o Marcola.

No caso de Dino, o pedido de reforço à polícia do Senado se deu justamente porque ele perdeu o aparato a que tinha direito enquanto ministro de Estado, como viajar em voos da Força Aérea Brasília (FAB). Os deslocamentos nas aeronaves militares eram justificados por questões de segurança.

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“É um período muito tumultuado”, disse Dino a VEJA. Enquanto senador, ele teve direito a veículos blindados, um time de seguranças e escolta, inclusive dentro do Congresso, além de um esquema especial durante voos feitos em aviões de carreira.

A apuração sobre o PCC

Considerado uma das maiores organizações criminosas do planeta e com raízes espalhadas por 23 presídios do país, o PCC tem se profissionalizado cada vez mais, movimentado bilhões de reais por meio do tráfico de drogas e lavagem de dinheiro e ganhado terreno também em contratos públicos.

Investigar a facção criminosa é um trabalho árduo. Investigadores colhem fragmentos de informações, bilhetes codificados, escutas em penitenciárias e contam também com informantes e desertores do grupo. Foi nesse processo, quase que de um quebra-cabeça, que foi identificado o plano contra autoridades.

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Também foi constatado que integrantes do “Restrita”, um seleto grupo ligado à cúpula da facção criminosa, tinham feito uma incursão em Brasília nos meses de maio, junho e julho do ano passado.

O núcleo em questão é especializado em colocar em prática as missões arriscadas e perigosas da facção, como o cometimento de atentados e sequestros. A ordem é dada diretamente por Marcola, que cumpre na Penitenciária Federal de Brasília pena de mais de 300 anos de prisão, e tenta de qualquer maneira fugir do presídio de segurança máxima.

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