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Senador premia mentor de ‘rachadinha’ com salário de R$ 24 mil

Apontado como responsável pelo esquema, advogado continua empregado e recebendo salário no gabinete de Davi Alcolumbre

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 Maio 2023, 18h53 - Publicado em 7 Maio 2023, 13h25

O advogado Paulo Boudens foi apontado como o operador de um esquema de ‘rachadinha’ no gabinete do senador Davi Alcolumbre (União-AP), atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça. Conforme revelou VEJA em outubro de 2021, seis mulheres da periferia de Brasília foram contratadas como assessoras no gabinete do parlamentar, nunca trabalharam e devolviam a maior parte dos salários.

Após o escândalo, o advogado fechou um acordo de não persecução penal com a Procuradoria-Geral da República e se comprometeu a devolver o dinheiro desviado — cerca de 2 milhões de reais. Ao assumir a responsabilidade pelo crime, Boudens poupou o senador de uma investigação e de um imenso constrangimento.

Diante da confusão, era de se imaginar que o mínimo que aconteceria seria a demissão do advogado. Mas não. Ele perdeu a função de chefe de gabinete, porém continua contratado como assessor de Alcolumbre, recebendo 24 mil reais de salário mensal, num regime de trabalho diferenciado.

VEJA ouviu dois funcionários de Alcolumbre que confirmaram que Boudens não comparece ao gabinete. “Faz mais de ano que o doutor Boudens não vem aqui. Ele fica de sobreaviso e só vem quando o senador Alcolumbre precisa dele”, disse um dos entrevistados.

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reprodução
Paulo Boudens: responsável pelo esquema de rachadinha tem salário garantido no gabinete do senador Alcolumbre – (Senado Federal/Reprodução)

O acordo firmado entre a Procuradoria-Geral da República e Paulo Boudens é sigiloso. O processo tramita no Supremo Tribunal Federal. VEJA perguntou diretamente ao procurador-Geral da República, Augusto Aras, se houve devolução do dinheiro desviado dos cofres do Senado Federal, mas ele não respondeu.

O gabinete do senador Alcolumbre enviou nota a VEJA explicando que eventuais medidas, como a punição do servidor, serão tomadas apenas depois da conclusão das investigações, respeitando o “princípio da presunção de inocência”. O processo está com o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso. Boudens não foi localizado.

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