Senado: Aliado de Onyx presidirá Conselho de Ética e enfraquece MDB
Após eleição de Davi Alcolumbre, chefe da Casa Civil ganha força e vê aliados assumirem postos estratégicos antes ocupados pelo partido de Renan
Aliado do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), o senador Jayme Campos (DEM-MT) vai assumir o Conselho de Ética do Senado, pelo qual passam os pedidos de cassação de mandato dos parlamentares da Casa. A indicação passou pelo crivo do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e garante um nome alinhado ao Planalto no cargo.
A indicação quebra uma hegemonia do MDB no conselho. Nos últimos doze anos, o senador João Alberto (MDB-MA), ligado ao ex-presidente José Sarney, presidiu o colegiado. No período, foi criticado por não dar andamento a processos contra parlamentares aliados.
Além do Conselho de Ética, a primeira derrota do MDB para o comando do Senado em dezoito anos também representou para o partido a perda do comando de outros espaços da Casa. O presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP), também ligado a Onyx, anunciou a demissão do diretor da Polícia Legislativa, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, próximo aos senadores do MDB.
Alcolumbre justificou a decisão afirmando que o cargo é “de confiança” e precisava ser “oxigenado”. O presidente do Senado estava sendo pressionado por emedebistas e senadores de outros partidos a manter o diretor e outros dois nomes de confiança do partido do ex-presidente Michel Temer: o secretário-geral Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka.
Mesa e comissões
Com a derrota da articulação que pretendia reconduzir Renan Calheiros (MDB-AL) à Presidência do Senado, o MDB, maior bancada, ficou apenas com a quinta posição mais importante da Mesa Diretora. Após as indicações de Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Lasier Martins (Podemos-RS) para as vice-presidências, o MDB ficou apenas com a segunda secretaria, com Eduardo Gomes (TO). A primeira será do PSD, com Sérgio Petecão (AC).
Por outro lado, o partido presidirá três comissões do Senado, incluindo a mais importante, a de Constituição e Justiça (CCJ), por onde passam todos os projetos apresentados. As outras serão a mista do Orçamento (CMO) e a de Educação, Cultura e Esporte. A CCJ deve ser comandada por Simone Tebet (MDB-MS) e a CMO por Marcelo Castro (MDB-PI).
(Com Estadão Conteúdo)