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Sem dinheiro, governadores pedem que Bolsonaro aceite verba para Amazônia

Líderes da região citam crise fiscal para pedir que o Brasil receba ajuda do G7; presidente diz que só fará isso se Macron retirar ‘insultos’ feitos ao país

Por André Siqueira Atualizado em 27 ago 2019, 16h19 - Publicado em 27 ago 2019, 14h25

Os governadores dos nove estados que compõem a Amazônia Legal pediram ao presidente Jair Bolsonaro que o governo federal aceite os recursos oferecidos pelo G7 para combater as queimadas na floresta amazônica. A manifestação ocorre após Bolsonaro sinalizar que recusaria a proposta se o presidente da França, Emmanuel Macron, com quem vem tendo um embate verbal nos últimos dias em torno da questão, não retirasse “os insultos” feitos ao Brasil.

Bolsonaro se reuniu, na manhã desta terça-feira, 27, com os governadores do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Entre eles, há um consenso de que a delicada situação fiscal dos estados reforça a necessidade de o Brasil aceitar a oferta do grupo formado pelos países mais industrializados do mundo. “Não é correto abdicarmos de receita, de recursos”, disse o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). 

Os governadores também pediram ao governo federal a criação de um programa que estimule a regularização fundiária. “Através disso será possível garantir o bom uso do solo na Amazônia, sem que haja nenhum tipo de discurso de terrorismo ambiental”, afirmou o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).

Além disso, há um pedido para maior intercâmbio de ideias entre os governos federal e estaduais. O governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), disse que o conhecimento da “realidade local” pode contribuir para a proposição de projetos que visam a superar o que chamou de crise.

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Durante o encontro, Bolsonaro manteve sua postura crítica a Macron e condenou o que chamou da intenção do mandatário europeu de “internacionalizar” a Amazônia. Na chegada à reunião, ele foi mais claro sobre o que considerou “insultos” do francês:  “Primeiramente, o senhor Macron deve retirar os insultos que fez à minha pessoa. Primeiro, me chamou de mentiroso. E depois, informações que eu tive, de que a nossa soberania está em aberto na Amazônia. Para conversar ou aceitar qualquer coisa com a França, que seja com as melhores intenções possíveis, ele vai ter que retirar essas palavras. Aí a gente pode conversar”, disse.

Durante a reunião, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse que a conduta do presidente francês era uma “molecagem”. “Onde a França passou, eles deixaram um rastro”, afirmou o ministro. Além de Heleno, participaram da reunião os ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente), Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Fernando Azevedo e Silva (Defesa), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Jorge Antonio de Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).

O presidente da República também criticou o que chamou de “psicose” pela demarcação de terras indígenas. Em várias ocasiões, disse que essa política inviabiliza o desenvolvimento do agronegócio no Brasil. Bolsonaro afirmou, ainda, que muitos focos de incêndio só ocorrem porque ele tem “congelado” a criação de reservas ecológicas. “Se eu demarcar as terras indígenas, como pedem, o fogo acaba na hora”, disse.

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