Ricardo Barros nega participação nas negociações sobre a compra da Covaxin
Deputado, citado na CPI da Covid, afirmou em rede social que não tem relação com supostas irregularidades na aquisição da vacina indiana

O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR) afirmou na noite desta sexta-feira, 25, em uma rede social, que não participou de negociações sobre a compra da Covaxin e que não tem relação com “esses fatos”.
“Não participei de nenhuma negociação em relação à compra das vacinas Covaxin. ‘Não sou esse parlamentar citado’, A investigação provará isso. Também não é verdade que eu tenha indicado a servidora Regina Célia como informou o senador Randolfe. Não tenho relação com esse fatos”, postou Barros.
Não participei de nenhuma negociação em relação à compra das vacinas Covaxin. “Não sou esse parlamentar citado”,
A investigação provará isso.
Também não é verdade que eu tenha indicado a servidora Regina Célia como informou o senador Randolfe.
Não tenho relação com esse fatos.— Ricardo Barros (@RicardoBarrosPP) June 26, 2021
O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), em depoimento à CPI da Covid, disse que o presidente Jair Bolsonaro citou nominalmente o nome de Barros durante conversa entre os dois sobre supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin.
A conversa entre Bolsonaro e Miranda aconteceu em 20 de março no Palácio da Alvorada, de acordo com o parlamentar. Ao narrar o encontro à CPI, inicialmente, o deputado omitiu o nome de Ricardo Barros. “O presidente entendeu a gravidade. Olhando nos meus olhos, ele falou: ‘Isso é grave’. Não me recordo do nome do parlamentar, mas ele até citou um nome para mim, dizendo: ‘Isso é coisa de fulano’. E falou: ‘Vou acionar o Diretor-Geral da Polícia Federal, porque, de fato, Luis, isso é muito grave”, disse.
“Ele diz: ‘isso é coisa do fulano. [Palavrão], mais uma vez’. E dá um tapa na mesa”, relatou Miranda em outro momento. Durante horas, senadores pressionaram o parlamentar a dizer o nome citado por Bolsonaro e Luis Miranda repetia que “não se lembrava”.
Pouco antes das 22h, questionado pela senadora Simone Tebet (MDB-MS), o deputado confirmou o nome de Ricardo Barros. “Eu sei o que vai acontecer comigo. A senhora também sabe que é o Ricardo Barros que o presidente falou”, afirmou Luis Miranda. Simone Tebet insistiu: “O senhor confirma?” “Foi o Ricardo Barros, que o presidente falou. Foi o Ricardo Barros”, repetiu Miranda.
“Vocês não sabem o que eu vou passar. Apontar o presidente da República que todo mundo defende como uma pessoa correta, honesta. Que sabe quem tem algo errado”, afirmou. Depois continuou: “Que presidente é esse que tem medo de pressão de quem tá fazendo errado? De quem desvia dinheiro público? “
A servidora Regina Célia Silveira Oliveira foi citada por Luis Ricardo Miranda, irmão do deputado Luis Miranda e chefe de importação do Departamento de Logística em Saúde do Ministério da Saúde, como a pessoa que deu aval ao avanço da papelada da Covaxin enquanto a área de importação apontava problemas.
Segundo o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Regina Célia assumiu o cargo quando Ricardo Barros era ministro da Saúde. O senador defendeu que a servidora seja convocada pela comissão.