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Reunião entre Lula e Trump indica uma virada, mas com um sinal de alerta

Eduardo José Grin vê avanço na reaproximação, mas diz que negociações exigem equilíbrio entre economia, ideologia e narrativa política

Por Marcela Rahal Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 out 2025, 15h52

A tão comentada reunião entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, realizada na Malásia, sinalizou uma mudança de tom nas relações entre Brasil e Estados Unidos — mais pragmática, menos ideológica. Mas, segundo o cientista político Eduardo José Grin, da Fundação Getulio Vargas (FGV), o caminho até um acordo concreto sobre as tarifas impostas ao Brasil será longo e cheio de nuances políticas.

“Com o Trump é difícil fazer uma análise consistente. Ele muda de opinião muito rapidamente. Mas, até agora, o que se vê é um encontro marcado pelo pragmatismo de ambos os lados”, afirmou Grin, em entrevista ao programa Ponto de Vista, da VEJA, apresentado por Marcela Rahal.

Do isolamento ao diálogo

Para o cientista político, a reunião representou uma virada na postura diplomática recente entre os dois países. “Há dois meses, o cenário era de portas fechadas para qualquer diálogo. Agora, as equipes técnicas dos dois governos têm autorização para negociar”, avaliou.

O foco principal, segundo Grin, está na revisão do tarifaço — conjunto de sobretaxas americanas que impactam setores estratégicos da economia brasileira, como carne e café. As restrições, lembrou o especialista, prejudicam tanto as exportações do Brasil quanto a economia dos Estados Unidos, ao elevar preços internos e pressionar a inflação americana.

“Não há liderança política que suporte inflação. O humor dos eleitores muda rapidamente”, destacou.

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Quando o pragmatismo fala mais alto

Grin ressaltou que a reaproximação entre Lula e Trump reflete um enfraquecimento do viés ideológico que até pouco tempo predominava na política externa americana. “Setores do governo dos Estados Unidos, mais ligados à extrema direita, ainda enxergam a América Latina como um quintal. Mas, dessa vez, parece que os dois lados deixaram isso de lado para tratar do que realmente importa”, afirmou.

O especialista classificou esse movimento como “o primeiro sinal positivo” de um possível realinhamento regional. “O fato de haver diálogo já é uma vitória. Mas isso não significa que será uma negociação fácil.”

Desafio duplo: soberania e política doméstica

Apesar do tom amistoso entre os presidentes, Grin alerta que o Brasil precisará negociar com habilidade para não comprometer o discurso de soberania que Lula tem adotado desde o início do mandato.

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“Será preciso equilibrar o pragmatismo com a narrativa política. Lula e Trump precisam mostrar a seus eleitores que saíram vencedores. Essa será uma negociação complexa, porque envolve interesses grandes dos dois lados”, avaliou.

Além da questão comercial, há um desafio simbólico: manter o discurso nacionalista e, ao mesmo tempo, fazer concessões diplomáticas que viabilizem um acordo.

Pragmatismo, mas com cautela

Para o cientista político da FGV, o saldo inicial é positivo — mas requer observação atenta. “Há uma janela de oportunidade, sim, mas não se pode assumir de partida que o acordo virá facilmente. A diplomacia brasileira terá de mostrar competência técnica e política para transformar o gesto em resultado.”

Enquanto isso, Lula e Trump devem continuar apostando em um discurso de cooperação controlada — suficiente para agradar investidores e setores econômicos, sem abrir mão do jogo político interno que ambos ainda precisam vencer.

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